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Correios podem enfrentar outra greve
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
27/06/2008 | 07:34
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Os trabalhadores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) decidiram, ontem à noite, declarar estado de greve e podem parar as operações na próxima semana. A categoria, que organizou paralisação pela campanha salarial do fim de março até o início de abril, revela que o acordo firmado para encerrar a mobilização não foi cumprido.

Na época, além do reajuste salarial, os funcionários reivindicaram o pagamento de adicional de risco - de 30% sobre o salário nominal - e a implantação de um plano de cargos e salários.

Para encerrar a greve, o Ministério das Comunicações e a direção da estatal fecharam acordo com a federação da categoria que previa pagamento de um abono emergencial. Depois de 90 dias, os trabalhadores passariam a receber o adicional. Nesse período também negociariam a adoção de um plano de carreiras.

"Mas eles resolveram colocar outro adicional, o de Atividade de Distribuição e/ou Coleta Externa, com valor fixo de R$ 260. Quando nossos salários forem reajustados não teremos ganhos no adicional", reclamou Anderson Lima de Morais, diretor do Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos de São Paulo e Grande São Paulo), entidade que representa os funcionários dos Correios no Grande ABC.

Segundo o dirigente sindical, o plano de cargos e salários chegou a ser negociado entre a empresa e a federação dos trabalhadores, mas, antes da conclusão das conversas, o programa foi protocolado no Dest (Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais), do Ministério do Planejamento.

"A empresa agiu de má-fé. Continuou negociando com a federação, mesmo com o plano já protocolado por eles. O trabalhador precisa saber disso", afirmou Morais.

Ontem à noite, o sindicato apresentou a proposta de greve d caso a direção da estatal não responda até a próxima segunda-feira. A assembléia aprovou a retomada do movimento.

RESPOSTA - Em nota, os Correios informam que estão cumprindo todos os acordos firmados, mas que não podem conceder os 30% de adicional porque a profissão não é definida como de risco pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas): "Buscou-se uma alternativa para atender a reivindicação dos trabalhadores sem ferir a legislação vigente, implantando, a partir deste mês, o Adicional de Atividade de Distribuição e/ou Coleta Externa e o Adicional de Atendimento em Guichê em Agências de Correios", diz o comunicado.

Segundo a empresa, os dois adicionais contemplam 57.951 empregados. A cobertura é maior do que o abono emergencial que era pago e atendia apenas 43.988.




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