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Brasileiro é o que menos se preocupa com transgênico
Do Diário do Grande ABC
16/06/2000 | 15:40
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Uma pesquisa realizada em oito países mostra que o brasileiro possui o menor nível de preocupaçao em relaçao ao crescimento da produçao dos alimentos transgênicos. Dos oito países pesquisados, o Brasil foi o que apresentou o maior nível de entrevistados (61%) que consideram a questao dos transgênicos como um assunto de ciência e tecnologia e nao de saúde alimentar.

A pesquisa também apontou o Brasil como o país com o menor nível de rejeiçao aos transgênicos. "Apenas 45% dos entrevistados brasileiros consideram os transgênicos negativos", afirma Joanna Karman, diretora do setor de agribusiness da empresa de pesquisas Angus Reid Group, no relatório sobre a pesquisa.

No Japao, 82% dos entrevistados apontaram os transgênicos como negativos. A pesquisa foi realizada no início deste ano pelo Angus Reid Group, uma companhia que faz pesquisas sociais e de mercado para os setores público e privado. A pesquisa foi realizada através de entrevistas com 5.005 consumidores adultos da Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Japao, Gra-Bretanha e Estados Unidos. O tema da pesquisa foi a questao dos alimentos geneticamente modificados e os resultados geraram o documento "Uma Nova Visao Alimentar: A Reaçao do Consumidor ao Uso da Biotecnologia em Alimentos".

A pesquisa revelou que o Brasil está na contramao já que os demais sete países tem um índice de rejeiçao aos transgênicos maior que 50%. Mesmo os Estados Unidos, onde o plantio de transgênicos é liberado, apresentou um índice de rejeiçao de 51%.

A pesquisa também apontou que 14% dos brasileiros acreditam que os transgênicos possuem muitos benefícios e apresentam, no geral, características benéficas. O número é elevado em comparaçao com a percentagem registrada nos demais sete países que oscilaram entre o mínimo de 1% na França até 4% na Austrália e no Japao.

De acordo com o Angus Reid Group, apenas 20% dos brasileiros acreditam que os alimentos transgênicos estao vinculados à questoes de saúde alimentar ante 37% dos japoneses e franceses, 35% dos alemaes e 32% dos canadenses. Para Karman, a pesquisa revela que - com exceçao do Brasil - os consumidores dos demais países acreditam que os transgênicos apresentam mais riscos que benefícios e que a questao é mais de saúde pública que de tecnologia. "A pesquisa revelou também que os consumidores ainda nao estao convencidos de que os alimentos geneticamente alterados representam umavanço científico", disse.

Segundo ela, a transgenia é, hoje, uma das três principais discussoes existentes na agricultura e na indústria de alimentos ao lado do uso de pesticidas e da decorrada da agricultura familiar.

Na questao do entendimento sobre transgênicos, o Brasil novamente apresentou um dos menores níveis ao lado dos ingleses e dos norte-americanos. Sobre os benefícios dos transgênicos, a resposta mais comum em todos os países (31%) foi relacionada com a maior eficiência e maior produtividade agrícola. Outro benefício apontado por 15% das respostas foi o menor uso de pesticidas.




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