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Unesco: América Latina tem dívida com melhoria da educação
Da AFP
19/04/2004 | 22:39
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A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) advertiu nesta segunda-feira que os países da América Latina ainda têm uma dívida pendente com a eqüidade e a qualidade da educação, apesar dos avanços em seu acesso.

O relatório "Educação para todos na América Latina", divulgado em Santiago pelo escritório regional da Unesco, analisa os avanços e retrocessos registrados nos últimos dez anos pelos países latino-americanos e estabelece os principais desafios para melhorar a situação atual.

O estudo ressalta que nos últimos anos foram feitos "importantes esforços" para universalizar o acesso ao ensino fundamental, que hoje alcança uma taxa média de 90%. De acordo com a Unesco, do total de 55 milhões de crianças em idade para assistir às aulas no ensino fundamental, só 3 milhões estão fora do sistema, a maioria vítimas do abandono e da exclusão social.

O texto também destaca como sinal positivo o aumento, na maioria dos países da América Latina, dos anos de escolaridade obrigatória, que em alguns casos, como Chile, Peru e El Salvador, chega aos 12 anos.

No entanto, o relatório da Unesco destaca a América Latina como a região mais desequilibrada do mundo na distribuição de serviços educacionais de qualidade.

"Os sistemas educativos não estão sendo capazes de compensar as desigualdades de origem dos estudantes", disse Ana Luiza Machado, diretora do escritório regional de educação da Unesco, ao apresentar o relatório.

Ela explicou que existem grandes diferenças entre as regiões mais desenvolvidas e o interior dos países, em termos de acesso a todos os níveis educacionais, a conclusão de estudos e os resultados do aprendizado.

"O grande desafio é conseguir a igualdade de oportunidade para todos", disse a diretora regional da Unesco.

Segundo o relatório, os países da América Latina também enfrentam o desafio de melhorar a qualidade de educação de seus estudantes. "Os baixos resultados de aprendizagem na maioria dos países da região estão mostrando que a transformação dos processos de ensino e aprendizagem é uma tarefa urgente para avançar rumo a uma educação de qualidade", destacou o texto.

O documento recomendou o aprofundamento das reformas curriculares e a extensão do uso das tecnologias da informação. Também aconselhou levar adiante políticas de desenvolvimento profissional para os docentes, que lhes permitam aplicar melhor suas capacidades e atualizar seus conhecimentos.

Segundo a Unesco, a região ainda deve acentuar a atenção integral à chamada primeira infância e o acesso ao nível médio. Além disso, deverá também desenvolver políticas que diminuam a repetência e a evasão escolar precoce.




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