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Lula fala grosso em Mauá
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
22/08/2010 | 07:29
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Principal cabo eleitoral da candidata ao Palácio do Planalto pelo PT, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), proferiu discurso contundente ontem em comício em Mauá. O petista pediu apoio do eleitorado feminino e fez referências a fatos históricos da África do Sul e Estados Unidos, ao traçar paralelo com o que pode ocorrer dia 3 de outubro no Brasil, caso a ex-ministra seja eleita a primeira presidente mulher do País.

Lula relembrou as lutas femininas pelo espaço na sociedade. "As mulheres aprenderam lição de vida. Hoje elas vivem com os homens porque gostam dele, e não porque precisam de um prato de comida", salientou.

A ênfase de Lula sobre a questão feminina, além de ser a bandeira que carrega sua indicada à sucessão, deve-se ao fato de a ex-ministra ainda ter mais votos entre os homens do que entre as mulheres, como apontou pesquisa Datafolha de ontem (veja matéria abaixo). No levantamento, a petista tem 43% da preferência do eleitorado feminino e 52% entre o masculino.

Para o chefe da Nação, "acabou esse negócio de que mulher é sexo frágil". "No trabalho, a mulher faz igual ou melhor do que o homem (...) As mulheres são maioria nos cursos de mestrado e doutorado hoje."

Ao falar sobre momentos históricos em outros países, mais uma vez Lula acenou para a possibilidade de propiciar situação inédita no Brasil, ao eleger a primeira mulher presidente.

Como exemplo de ocasião em que o povo esteve à frente de grandes decisões, Lula discorreu acerca do Apartheid, movimento de segregação racial da África do Sul, em que a minoria branca se sobrepunha à maioria negra. "Os negros descobriram que eram maioria e conquistaram o poder."

Sobre o que ocorreu nos Estados Unidos, com a eleição de Barack Obama para conduzir a Casa Branca, Lula classificou de "fenômeno". "Nunca se imaginou que um negro pudesse se presidente norte-americano."

Tucanou - Os preços dos pedágios esteve entre as principais críticas de Lula às gestões tucanas nos governo federal e estadual. Neste momento, o microfone falhou e teve de ser trocado. "Foi só falar dos tucanos que o microfone falhou. O microfone tucanou."

Dilma: ‘Não podemos achar que já ganhamos'
Dilma Rousseff abriu 17 pontos do seu principal adversário na corrida presidencial, José Serra (PSDB), segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem. A petista tem 47% e o tucano, 30%. Mas a ex-ministra continuou com o pé no chão, apesar de manter otimismo.

"Eu vou ser a primeira presidente do Brasil. Mas para isso acontecer, não podemos achar que já ganhamos, que o jogo acabou. O jogo está começando e o bom jogador tem de jogar a partida inteira", enfatizou a petista, ao ressaltar mais uma vez que é opção da "continuidade do governo que promoveu a transformação no Brasil".

Lula também comentou a pesquisa de maneira cética. O presidente disse que é preciso ter cuidado com quadro positivo. "As pessoas têm mania de, se o resultado da pesquisa é bom, colocar salto alto. E quando é ruim, desanima. Mas nós vamos ganhar as eleições em São Paulo (para o governo estadual) e no Brasil (para presidente) no primeiro turno."

Na pesquisa Datafolha, Marina Silva (PV) obteve 9% das intenções de voto. Os outros candidatos não pontuaram. Os que votam em branco, nulo ou nenhum são 4% e os indecisos, 8%. Nos votos válidos, Dilma vai a 54% e ganharia a disputa em 3 de outubro. Em hipotético segundo turno, outra vitória da petista sobre o tucano: 53% a 39%.




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