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Filiação de Silvar provoca debandada no PCdoB
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
04/08/2011 | 07:19
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A iminente chegada do vereador Silvar Silveira (PV) provocou verdadeira debandada no PCdoB de Mauá. Cerca de 50 filiados - entre eles o presidente municipal da sigla, Jesomar Alves Lobo - irão deixar a legenda até o fim da semana por não concordarem com a pré-candidatura do parlamentar mauaense à Prefeitura em 2012.

A articulação para lançar Silvar ao Paço foi projetada pela Executiva Estadual comunista, principalmente pela presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão. O diretório municipal, que conta com 900 filiados e durante três anos costura aliança com o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), foi preterido na discussão.

"Muita gente não gostou do que estava acontecendo. Eu também não fui favorável porque foi uma decisão de cima para baixo, sem nos consultar. Estávamos até acertando essas pontas, mas muitos militantes não aceitaram muito bem essa candidatura", disse Lobo, que também preside o Sindicato dos Servidores Públicos de Mauá.

Dos 12 integrantes da diretoria do partido na cidade, nove estão de saída da legenda, que será comandada por Nei dos Santos. "Tentamos até digerir essa história do Silvar, só que não conseguimos. Ele vem sem compromisso para o partido. Tínhamos projeto para o PCdoB, vínhamos conversando bastante com o PT. Não dá para concordar com essa candidatura sabendo que não representa interesses coletivos", criticou Luiz Marques, representante da diretoria.

Para Silvar, a debandada não irá atrapalhar os planos de disputar a Prefeitura. O vereador disse que imaginava que saídas poderiam acontecer devido ao novo projeto comunista e ressaltou que outras pessoas deverão se filiar para endossar a chapa ao Paço. "Temos conversas adiantadas com vários nomes, entre eles o Paulo Bio (ex-vereador e ex-presidente do PMDB de Mauá). Por isso que recebo essas desfiliações com naturalidade e tranquilidade."

 

FUTUROS PETISTAS

Grande parte dos dissidentes do PCdoB deverá rumar ao PT de Mauá. As negociações já começaram e alguns futuros petistas deverão integrar a chapa de candidatos a vereador da legenda que administra a cidade. "É um partido que tem muita identidade com que pensamos. PT e PCdoB caminham juntos em Brasília e por isso muitos que vão sair querem ir ao PT", revelou Marques.

Lobo, por sua vez, ficará afastado da política. O líder sindical disse que problemas pessoais impediriam trabalhos políticos. "Continuarei apenas como presidente do sindicato. Não vou me filiar a nenhum partido". Em 2010, o ex-comunista disputou cadeira na Assembleia Legislativa, mas recebeu apenas 1.727 votos.




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