Diadema foi sede da destruição de 38 ônibus na tarde dessa quinta-feira. Uma tentativa de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores em Sistema de Transporte e Anexos, Aposentados, Autônomos e Pensionistas de Diadema e a empresa Viação Imigrantes terminou em pancadaria.

Segundo o presidente do sindicato, Luis Carlos Moraes, a tentativa de paralisar as atividades, como forma de protesto para exigir melhorias, fugiu de controle. A empresa afirma que 38 ônibus tiveram vidros quebrados, interior danificado e pneus furados.

Em meio a confusão, Moraes, e outros integrantes do sindicato foram detidos e encaminhados à delegacia de Diadema. Segundo ele, o episódio foi iniciado por pessoas ligadas aos sindicatos dos Rodoviários do ABC e das Linhas Intermunicipais de São Paulo, para enfraquecer a entidade municipal. Procurados pelo Diário, os sindicatos citados não foram encontrados.

Moraes diz que já tentou negociar com os donos da empresa, mas não obteve resposta. Segundo o presidente do sindicato, a maior revolta dos trabalhadores é a diferença entre os pisos salariais dos motoristas: R$ 1.225 em São Paulo e R$ 1.800 em Diadema. "O problema é que a sede da empresa é em São Paulo, que tem o piso menor, mas a empresa atua aqui e essa é nossa maior briga", afirmou Moraes.

Motoristas da Viação Imigrantes confirmam as reivindicações e reclamam das condições de trabalho. "Não há escala, muitas vezes cumprimos jornada de mais de 12 horas. Já cheguei a me envolver em acidentes por falta de manutenção dos ônibus", diz um motorista que preferiu não se identificar.

Segundo o gerente operacional da Viação Imigrantes, Roberto Aparecido Dias, a empresa não reconhece a entidade. "Nós respondemos para o Sindicato das Linhas Intermunicipais de São Paulo e pagamos o piso combinado no Acordo Coletiva da categoria", finaliza. (colaborou Michele Loureiro)