A falta de chuvas e a greve dos caminhoneiros ajudaram a encarecer os produtos de hortifrúti nesta semana nos supermercados da região, como foi o caso da batata, que subiu 14,5%, de acordo com pesquisa realizada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

Pelo levantamento de preços de 34 itens de primeira necessidade em estabelecimentos do Grande ABC (em todas as sete cidades, menos Rio Grande da Serra), o tubérculo foi o que registrou uma das maiores altas, atingindo R$ 4,43 o quilo, em média. Ficou atrás só do reajuste praticado no tomate, que aumentou 15% no período e foi à média de R$ 5,48 o quilo.

Para o coordenador da pesquisa, o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto, a principal influência para essas elevações ainda é o clima, já que não se consegue irrigar as plantações e a falta de chuva prejudica hortaliças e frutas, embora ele saliente que, para produtos de fora do Estado, a exemplo da batata e de frutas como melão, mamão, maçã e pera. Esses dois últimos itens não fazem parte do levantamento da cesta, mas o supervisor de abastecimento da Craisa, Nicácio Leão da Costa, assinala que subiram em torno de 10% por causa dos bloqueios no Sul do País.

Ao mesmo tempo, outros hortifrúti registraram queda, como ocorreu com a laranja pera e a banana-nanica, ambos produtos com baixas de 5% nos preços (a primeira passou a custar R$ 1,98 e, a segunda, R$ 1,96 o quilo). Para De Benedetto, uma explicação para essas oscilações vem do fato de os hortifrúti serem muito perecíveis e, se o consumo está desaquecido, os supermercados podem fazer, de tempos em tempos, promoções para reduzir suas perdas.

Com os altos e baixos, a cesta básica ficou quase estável, com alta de 0,54%. Passou a valer R$ 469,10, ou R$ 2,51 a mais. O engenheiro da Craisa cita que, com a seca, frutas, legumes e verduras devem continuar com tendência de alta. “Uma coisa que pode fazer cair o consumo (e os preços) é a chegada das estações frias”, afirma. O outono começa no dia 22 deste mês.