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Vendas de carros novos despencam
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
20/11/2008 | 07:00
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Ainda sob impacto da falta de crédito e da piora nas condições de financiamento, as vendas nacionais de veículos zero km registraram na primeira metade deste mês queda de 17,67% na comparação com mesmo período do ano passado e retração de 19,43% em relação à quinzena inicial de outubro último, de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Foram vendidos na quinzena inicial deste mês 96.374 unidades. O resultado mais fraco tanto na comparação mensal quanto frente a um ano antes já era esperado, devido à crise internacional, que fez com que os bancos elevassem as taxas, reduzissem os prazos e dificultassem a aprovação dos financiamentos.

Mesmo com o anúncio de liberação de recursos de R$ 8 bilhões por parte dos bancos públicos (Banco do Brasil e da Nossa Caixa) às financeiras das montadoras, a avaliação é de que o crédito ainda não se normalizou e o consumidor está inseguro diante da perspectiva de piora da economia.
O gerente da VW Avel, Pedro Joaquim Neto, cita que no mês passado a loja, situada em São Bernardo, vendeu 100 carros e neste mês até agora foram 40. Ele cita que outro fator que atrapalha é que o veículos usados perderam valor, já que neste casos as condições de compra ficaram ainda mais difíceis. "Um carro que pagávamos R$ 17 mil, agora compramos por R$ 14 mil".

"A maioria das revendas não aceita mais o seminovo como moeda de troca", disse o gerente da Armando Veículos de Santo André, Paulo Rogério Russo, que relata que até agora a loja vendeu 25 carros zero km, frente aos 50 do mês passado. "Ainda esperamos que empate", acrescentou.

Os lojistas destacam que, para quem tem dinheiro na mão, esse é o bom momento para comprar um carro novo. Isso porque montadoras e revendas têm estoques cheios e dificuldade de efetivar as vendas financiadas, que representam normalmente 70% dos carros zero km comercializados.

Na Armando Veículos, um Sandero que saía por R$ 38 mil, pode ser adquirido por R$ 35 mil. Também é uma forma de compensar os juros mais altos. De 1,2%, em média, em setembro, agora chegam a 1,90%.

Na Ford Mix, de São Caetano, um Fiesta básico que custava R$ 28 mil, agora pode ser encontrado por R$ 27 mil. "Estamos reduzindo nossas margens para efetivar as vendas", disse o supervisor, Pedro Joaquim Neto.




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