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Sete devem ser indiciados por acidente da TAM
15/07/2008 | 08:42
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Sete pessoas devem ser citadas como responsáveis pelo acidente com o Airbus A320 da TAM no relatório da Polícia Civil a ser encaminhado ao Ministério Público, segundo informações da Agência Brasil. O delegado Antonio Carlos Menezes Barbosa, coordenador da investigação sobre a queda do avião em 17 de julho de 2007, que deixou 199 mortos, no maior acidente aéreo do País, disse nesta segunda-feira que a responsabilidade deve ser partilhada "por sete" pessoas.

Os indiciados vão responder por lesão corporal culposa e homicídio culposo (sem intenção). As investigações, informou o delegado, apontam negligência e imprudência como causas do acidente, ocorrido no Aeroporto de Congonhas, localizado na Zona Sul da capital paulista.

O inquérito do caso deve ser concluído em outubro. Ele deverá ter 350 páginas e será dividido em seis capítulos: pista; destroços; manetes; gravadores de vôo e voz; manutenção, e procedimentos dos pilotos. O maior desastre da história da aviação brasileira, que deixou 199 mortos, completa um ano na quinta-feira.

Manetes - O ponto-chave é o posicionamento dos manetes (mecanismos que determinam a direção da propulsão da turbina), examinados no Brasil e na França - onde passaram por tomografia e radiografia que resultaram em quase 2 mil imagens. "Depois eles voltaram para cá, e examinamos dente a dente de cada uma das engrenagens" disse o perito responsável pelo laudo, Antonio Nogueira.

Segundo ele, o manete do lado direito (referente ao reverso que estava travado) não foi tirado da posição de aceleração. Também não foi encontrado vestígio de falha na transmissão. Mas ele também opina que o sistema mecânico não é o único a ser considerado. "A outra coisa envolve os procedimentos adotados pelo piloto, que tem a ver mais com a parte psicológica, que eu não estou apto a examinar. Quem faz isso é com muita propriedade é o pessoal do Cenipa".

Sobre a pista, Nogueira afirma que ela estava dentro dos padrões internacionais, mas não para todo tipo de situação. Pousos em dias de chuva e aterrissagens de aeronaves com reverso (que inverte a direção da força da turbina) pinado (travado) não eram recomendados - duas características do acidente. Ele também nota a falta de grooving (ranhuras) em Congonhas. O exame nos pneus revelou que não houve hilanagem (deslizamento causado por lâmina d'água) e que não foram acionados spoilers (aletas laterais nas asas), antiskid (que evita o travamento das rodas) e autobrake (freio). Nogueira também diz que a manutenção da aeronave estava em dia.




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