Todo o carro traz em si algo de irracional, que só a emoçao de quem está ao volante pode compensar. Alguns modelos sao mais sedutores do que outros, afinal, cada um tem a sua medida, sua dose de apelo. Mas o poder da máquina sobre o homem pode ser explicado, sim, e a indústria automobilística conhece a fundo essa psicologia. Design, funcionalidade e motorizaçao sao três variáveis que, quando bem misturadas, podem levar o consumidor à loucura e fazer um estrago na concorrência. Fora desses três vetores, outros detalhes sao pura perfumaria.

Um exemplo de seduçao? A Chrysler está colocando em suas concessionárias uma nova versao da picape Dodge Dakota, batizada com a tradicional sigla R/T (do inglês, road and track - estrada e pista), que identifica carros com desempenho esportivo. O motor é um 5,2 litros da série Magnum com configuraçao V8 que, entre outras qualidades, resgata para a indústria nacional um dos símbolos dos anos 70. Quem nao se lembra das séries Dodge Dart e Dodge Charger, todas com o belo propulsor sob o capô?

Pois bem. O motor da nova Dakota é o mesmo que protagonizou lendas e histórias no passado, mas com o diferencial de, em 1991, ter passado por uma revisao que o deixou relativamente atualizado. Ele continua com bloco e cabeçote de ferro fundido - o 4,7 litros da Grand Cherokee já tem cabeçote de alumínio -, mas desenvolve respeitáveis 232 cv a 4,4 mil giros. O torque, por sua vez, vai a 40,8 kgfm a apenas 3,2 mil rpm, o que representa força para ninguém botar defeito.