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Parlamento ucraniano declara inválida as eleições
Com AFP
27/11/2004 | 16:15
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O Parlamento ucraniano declarou neste sábado que os resultados do segundo turno das eleições presidenciais não têm validade e manifestou sua desconfiança sobre a Comissão Central Eleitoral, em uma resolução não vinculativa. Foram 307 votos a favor, um contra e 106 abstenções. Era necessária uma maioria de 226 votos para aprovar o texto.

A decisão é uma vitória simbólica para a oposição. O líder da oposição, Viktor Yushchenko, rejeita a vitória do premiê Viktor Yanoukovich e exige a realização de uma nova eleição, no dia 12 de dezembro. Yanoukovich não poderá ser declarado presidente até que a Suprema Corte se pronuncie sobre o recurso da oposição.

"A decisão política mais realista, levando-se em conta as mútuas acusações de irregularidades e fraudes em massa (entre poder e oposição) é invalidar as eleições porque é impossível determinar o resultado da votação", declarou o presidente do parlamento Volodymyr Litvin, durante uma sessão extraordinária.

Litvin, que conserva uma posição neutra, também propôs outras soluções para resolver a crise, a principal uma reforma constitucional para reforçar os poderes do primeiro-ministro e do parlamento, em detrimento dos poderes do presidente.

Uma nova eleição na Ucrânia antes do fim do ano é a melhor solução para resolver a crise no país, declarou neste sábado, em Haia, o ministro holandês de Relações Exteriores, Ben Bot, cujo país exerce atualmente a presidência rotativa da União Européia. "Seria a solução ideal. As eleições teriam que ser realizadas rapidamente, antes do fim do ano", disse.

O líder opositor Viktor Yushchenko - que questionou a vitória proclamada por seu rival - exigiu um novo segundo turno para 12 de dezembro e advertiu que não admitirá que as negociações demorem mais do que alguns dias. "Se Yanukovich tentar sujar as coisas, tomaremos medidas ativas", afirmou nesta sexta-feira diante de milhares de partidários concentrados na Praça da Independência de Kiev.

Yanukovich e Yushchenko concordaram na sexta-feira em instalar uma comissão que resolva pacificamente a crise política, em uma reunião que foi realizada na presença de três mediadores europeus e um russo e do presidente de saída Leonid Kuchma. A oposição ameaçou bloquear os aeroportos, as estradas e as linhas de trem, em um momento em que a sede do governo em Kiev continua interditada pelos manifestantes pró-Yushchenko.

O chefe do partido socialista Olexandre Moroz, alinhado com o candidato opositor, afirmou que os dois candidatos estariam dispostos a participar de um novo segundo turno. O Partido Comunista, que é claramente contrário a Yushchenko, ainda que também não apóie Yanukovich, declarou-se a favor de outra votação.

A Suprema Corte deve examinar nesta segunda-feira os recursos apresentados pela oposição em relação a supostas fraudes nas eleições presidenciais de domingo.




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