A expectativa dos produtores é de que o preço pago ao produtor atinja o nível ideal de R$ 0,4134 por litro, que é um nível próximo ao registrado em maio de 1997, antes da desregulamentaçao do setor. "O litro a R$ 0,4134 possibilitaria ao produtor voltar a investir no setor e criar empregos", disse.
A forte queda nos preços do litro do álcool na "bomba" (nos postos de combustíveis) que chegaram a cobrar entre R$ 0,422 e R$ 0,566 nos últimos meses, deveu-se à uma prática de dumping por parte dos distribuidores em uma tentativa de conquistar mercado após a desregulamentaçao do setor, segundo o superintendente da Unica. Segundo ele, muitas distribuidoras conseguiram cobrar menos porque deixavam de recolher impostos ou porque reduziram suas margens. "Agora, a partir de setembro, quando o governo mudou a forma de recolher o ICMS, a sonegaçao ficou mais difícil e os postos estao tendo que cobrar o preço real do álcool, que até o momento nao estava sendo cobrado", disse.
Segundo ele, em setembro, o preço real do álcool - contendo o preço pago ao produtor, mais margem de revenda, distribuidora e impostos - era de R$ 0,6559 por litro, mas chegou a ser vendido a R$ 0,458. Em outubro, o preço "real" era de R$ 0,7381, mas os postos chegaram a cobrar R$ 0,566. Por outro lado, os estoques de álcool já nao estao tao elevados, o que tem auxiliado também a recuperaçao dos preços do combustível. De maio até outubro, os preços pagos ao produtor subiram R$ 0,13 por litro enquanto o preço na bomba subiu cerca de R$ 0,21.
Carvalho disse também que o atual preço ao produtor pretendido pelo setor - de R$ 0,4134 por litro - é semelhante ao preço registrado em maio de 1997 e nao contém os aumentos de custos de 29,53% (de acordo com a Fundaçao Getúlio Vargas) provocados pela desvalorizaçao cambial do início deste ano. Segundo Carvalho, em maio de 1997 o preço real do litro do álcool era de R$ 0,8238, mas com o subsídio da "Conta Alcool", este preço caia para R$ 0,6938 enquanto o litro da gasolina era de R$ 0,8060, criando uma paridade de 85%. "Agora, o subsídio nao existe mais e isto também contribuiu para o aumento do preço ao consumidor", disse. Ele afirma que o preço ideal do álcool na bomba é de R$ 0,93 e que este preço teria uma paridade de 76% em relaçao ao preço do litro da gasolina cobrado hoje, entre R$ 1,22 e R$ 1,42.
Carvalho disse também que a média do custo de produçao do litro de álcool é hoje de R$ 0,35 e o setor continua trabalhando no prejuízo. Segundo ele, o setor sucroalcooleiro assinou um acordo com toda a cadeia produtiva de que continuará abastecendo o setor automotivo mesmo que o açúcar registre uma alta de preços no mercado externo. Carvalho disse também que nao sabe se a meta de remuneraçao para o produtor pretendida pelo setor será atendida e também nao sabe qual o nível de preço que o álcool atingirá para o consumidor final mas ele disse que ele nao terá uma vinculaçao com o preço da gasolina. "O preço do álcool nao será pré-fixado ao da gasolina", disse ele.
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