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TAM: inquérito conclui que houve 'eventual falha do aviao'
Do Diário do Grande ABC
14/06/1999 | 22:30
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Eventual falha técnica do aviao. Essa é a conclusao do inquérito policial que apurou a queda do Fokker 100 da TAM que fazia o vôo 402 com destino ao Rio de Janeiro, na manha de 31 de outubro de 1996, e mandado para a Justiça na semana passada. No acidente morreram 99 pessoas.

O delegado Francisco de Paula Santos, da Seccional Sul de Polícia, que assina o relatório final, criticou a conduta do Centro de Investigaçoes e Prevençao de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que nao encaminhou os documentos solicitados.

"Desde o início das investigaçoes procurou-se obter no Ministério da Aeronáutica cópias autenticadas de todos os documentos, pareceres, relatórios, declaraçoes e depoimentos reunidos na investigaçao do acidente pelo Cenipa, todavia, todas foram infrutíferas", diz o delegado.

Segundo o policial, nem mesmo o procurador-geral de Justiça de Sao Paulo, Luiz Antônio Guimaraes Marrey, conseguiu os documentos, apesar do mandado de segurança impetrado. "Passados dois anos, foi fornecida apenas a minuta do relatório final, o que nada ajudou, pois as indagaçoes nao foram respondidas de forma precisa."

O aviao decolou às 8h25 do Aeroporto de Congonhas com destino ao Rio de Janeiro. Caiu em seguida sobre residências e carros nas Ruas Doutor Luís Orsini de Castro, Aningas e Domênico di Gênio, no Jabaquara.

No relatório de 272 páginas, o delegado Santos faz um histórico de toda a tragédia. Ele transcreveu o último diálogo entre o piloto José Antônio Moreno e o co-piloto Ricardo Gomes no momento da queda do aviao:

"Comandante - Toga Co-piloto - Take off, take off, gree.

Comandante - Ei, é isso que tá fora, viu?

Co-piloto - Manual.

Comandante - O auto-throttle tá fora. O auto-throttle tá fora.

Co-piloto - Thrust check. Vone. Rotate. Porra! Travou.

Comandante - Desliga lá em cima, auto-thottle, puxe aqui.

Co-piloto - Tá off.

Comandante - Desliga lá em cima, aqui também.

Co-piloto - Tá off, tá off.

Comandante - Ai meu Deus!

- Nao! Nao! (O laudo do Instituto de Criminalística nao identificou quem falou "nao! nao!")."

"O diálogo do comandante e do co-piloto leva-nos a crer que foi o co-piloto que realizou a decolagem do Fokker 100, com o aval do comandante", afirma o delegado.

O policial detalhou os danos provocados nas casas e nos carros pelos destroços. Citou o encontro de 2 quilos de cocaína numa parte do aviao e abordou a questao do nível do fluído do sistema hidráulico 1 e 2 que encontrava-se abaixo do normal.

Ele transcreveu um trecho do depoimento do piloto Armando Luiz Barbosa que voara com o Fokker 100 um dia antes do acidente. Ao perceber o nível baixo do fluido, anotou no livro de registro e avisou o mecânico do comandante.




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