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Israelenses e palestinos se enfrentam também na Internet
Das Agências
26/12/2000 | 13:30
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Os recursos da Internet viraram armas nas maos de israelenses e palestinos, para mostrar sua visao particular dos confrontos da ``Nova Intifada', que começou no último dia 28 de setembro e já causou 350 mortes.

``Cada vez que acontece um confronto, uma enorme quantidade de informaçoes sobre o assunto é colocada rapidamente na Internet', explica o professor Barry Rubin, do centro Begin-Sadate de Estudos Estratégicos, em Israel. ``Isto era impensável há dois anos, na verdade até mesmo há cinco anos', acrescenta.

O número de Internautas nos territórios palestinos era pouco superior a mil em 1994. Atualmente, os usuários da rede mundial de computadores na regiao já sao mais de 50 mil. Em Israel, calcula-se que haja um milhao.

No Ministério israelense das Relaçoes Exteriores, o diretor do serviço de Internet, Ori Noy, afirma que seu site é atualizado de três a quatro vezes por dia. O endereço hospeda ainda uma homepage em memória dos 39 israelenses mortos nos confrontos, com fotografia e biografia de cada vítima.

Quando acontecem incidentes violentos, o número de atualizaçoes do site cresce uma ou duas vezes. A quantidade de acessos, que inicialmente era de 150 mil por mês, já ultrapassou 400 mil. ``Nós estamos envolvidos numa batalha de imagens', afirma Ori Noy. ``Tentam mostrar que só os palestinos sofrem, mas nao é o caso', acrescenta.

O site reproduz ainda declaraçoes incendiárias contra Israel feitas por autoridades palestinas e jornais árabes, assim como imagens de ataques a colônias judaicas.

Membros da Autoridade Palestina reconhecem a superioridade numérica e de recursos dos sites israelenses, mas contam com a ajuda de organizaçoes humanitárias e de defesa dos direitos humanos para contra-atacar. ``Os palestinos têm dificuldade para transmitir suas informaçoes à mídia', afirmou Wassim Abdallah, responsável pela reestruturaçao da assessoria de comunicaçao da Autoridade Palestina.

Os fracassos deste setor depois do início da nova Intifada levaram à criaçao de um centro de informaçao, que deve começar a funcionar no início de janeiro, segundo o diretor do novo órgao Saman Khoury. O serviço será prestado principalmente através da Internet. Segundo Khoury, a experiência da Intifada mostra que o governo israelense foi melhor no campo da informaçao.

Wassim Abdallah acredita que a contribuiçao dos sites pessoais palestinos superou os da Autoridade Palestina. ``Muitos palestinos atuaram bastante contra a propaganda israelense, nao somente aqui, mas no mundo inteiro', afirmou.

Adam Hanieh, 28, ex-estudante da Universidade de al-Qods (Jerusalém), em Ramalá, na Cisjordânia, também lançou seu site depois do início dos conflitos sangrentos. O endereço traz diversas informaçoes sobre as manifestaçoes pró-palestinos no mundo inteiro e o nome dos hospitais e das escolas que precisam de ajuda.

``Nós desenvolvemos nos últimos anos uma corrente de solidariedade em torno do povo palestino', explicou Hanieh. Ele acredita que o endereço da sua página esteja ligado a milhares de outras homepages.

Um colono judeu de Hebron tem o mesmo discurso sobre os méritos da Internet, mesmo utilizando-a com outros objetivos. ``É um bom meio, que nao é passível de censura e permite transmitir o que nós pensamos de verdade', assegurou David Wilder.




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