Reconhecida como Patrimônio da Humanidade, o rico conjunto barroco é formado pelos 12 profetas esculpidos em pedra-sabão por Aleijadinho, na entrada da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos. A obra é integrada pelas Capelas dos Passos, dentro das quais há 64 imagens de cedro, várias de autoria do artista, e pinturas de Mestre Ataíde.

A basílica nasceu por iniciativa do imigrante português Feliciano Mendes. Doente após vários anos trabalhando em minas de ouro, ele prometeu levantar um templo a Bom Jesus de Matosinhos se recuperasse a saúde. A construção começou em 1757. Na parte interna, a igreja abriga relicários talhados por Aleijadinho, tem decoração rococó e pintura no teto assinada por Ataíde.

Anexa fica a sala de ex-votos, transformada em museu. Uma visita monitorada ajuda o turista a observar detalhes, como as botas trocadas dos soldados nas cenas da Paixão e outras figuras com os dedos das mãos retorcidos - o que representaria a doença de Aleijadinho. Alguns especialistas também defendem que o escultor talhou no profeta de Amós o seu autorretrato. O museu de ex-votos reúne quadros, figuras de madeira e cerâmica que datam do início do século 19.

Para apreciar todo o conjunto das obras com calma, programe bem a sua viagem, pois durante a Semana Santa e a festa do Jubileu do Bom Jesus (entre 7 e 14 de setembro), a cidade costuma ficar bastante cheia.

MESTRES DO BARROCO

Filho de um mestre de obras português e de uma escrava, Antônio Francisco Lisboa (Vila Rica, 1730-1814), o Aleijadinho, conferiu ao barroco português matizes locais, deixando uma vasta e magnífica obra na região de Ouro Preto. Contemporâneo de Aleijadinho, Manuel da Costa Ataíde (Mariana, 1762-1830), conhecido como Mestre Ataíde, é o maior nome da pintura colonial do Brasil. Entre suas obras-primas está a nave da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, na qual retratou uma Nossa Senhora mulata.