Com a tarefa e responsabilidade de prevenir e mediar os conflitos agrários, a Ouvidoria Agrária Nacional, criada em 1999, está hoje na mira de proprietários de terra que acusam o ouvidor, desembargador Gercino José da Silva, de favorecer o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Como prova, eles encaminharam à CPI da Terra no Senado dois documentos assinados pelo ouvidor em favor de sem-terra. Em um deles, uma petição de 9 de fevereiro, Gercino pediu à Justiça de Goiás “preferência” no julgamento do habeas-corpus em favor de José Ailton da Silva, acusado de matar o proprietário da Fazenda Lagoinha, Luis Carlos Becker, durante invasão da área.

Em outro pedido, o ouvidor requer à Justiça do Paraná “preferência” na soltura do sem-terra Elemar do Nascimento Cezimbra, acusado de furtar soja estocada em uma fazenda. Em ambos os casos, o argumento de Gercino é o mesmo: o de que o atendimento aos pedidos “facilitará a execução do Programa Nacional de Reforma Agrária do governo federal”.

Ordens – Ele nega favorecer o MST e diz agir de acordo com as determinações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o ouvidor, nomeado para o cargo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os procedimentos do órgão mudaram.