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Férias demandam atenção com a revisão do carro
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
20/12/2009 | 07:29
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Com a chegada do fim do ano e das férias, é comum muita gente tirar o carro da garagem e colocá-lo na estrada. Porém, nesse momento é importante que o automóvel esteja com tudo em dia, desde faróis e setas até amortecedores e correias dentadas. E quem possui um veículo que já alcançou seus dois ou três anos de uso (dependendo do quanto ele roda) se depara com a necessidade (e o custo) das revisões que ocorrem a cada 15 mil quilômetros, em média.

Esses serviços são necessários, já que identificam desgastes naturais de peças que dificilmente são percebidas pelo condutor. No entanto, a diferença de preços da revisão (incluindo limpeza no sistema de arrefecimento e de injeção; troca de óleo, de correia dentada e da vela de ignição; descontaminação do motor; e alinhamento e balanceamento) pode chegar a até R$ 500.

A reportagem do Diário levantou orçamento em duas oficinas mecânicas, uma autorizada, localizada dentro da concessionária, e outra independente, para a revisão de um Fiat Palio 2007 com 60 mil quilômetros rodados. A diferença de preços é brutal. Na autorizada, sai por R$ 1.383, sendo R$ 826 somente de mão de obra. Na independente, o total soma R$ 860, dos quais a mão de obra custa R$ 200. Em ambos os casos é possível negociar parcelamento do serviço.

O ponto principal, na avaliação do consultor Paulo Roberto Garbossa, diretor da ADK Automotive, é atentar ao uso de peças originais, pois elas vão assegurar o bom funcionamento do automóvel. "É mais seguro fazer a revisão em uma autorizada. O problema é que quem dá o custo da mão de obra é a montadora, por isso sai mais caro". Além disso, ele afirma que é possível conseguir uma garantia estendida por cortesia.

Garbossa ressalta também que quem faz todas as revisões na concessionária pode conseguir preço mais alto na hora da revenda do veículo. "Quando o carro passa dos cinco anos, não faz muita diferença onde é feita a revisão. Até lá, porém, pode ser uma moeda de troca por um outro automóvel, e pelo fato de a própria autorizada já conhecer o seu veículo, este passa a valer mais".

Por outro lado, quem recorre a uma oficina independente pode juntar as notas fiscais do serviço e um atestado de que foi utilizada a peça original. O proprietário da independente Chevy Auto Center, Denis Marum, avalia que é importante ter um mecânico de confiança. "Em uma oficina confiável, o custo da revisão acaba saindo cerca de 40% menor porque as peças são compradas do mesmo fornecedor das montadoras, só que elas vêm com o nome do fabricante."

Para identificar uma oficina assim, Marum acredita que a referência de quem já fez o serviço no local é um bom começo. "Mas é bom se atentar também se existe um quadro de ferramentas, se elas estão limpas, se há um computador para analisar motores e se os funcionários estão uniformizados. E exija as peças trocadas ao final do serviço", alerta.

Reparo sai 30% mais caro que prevenção

De acordo com o proprietário de mecânica especializada Denis Marum, a manutenção corretiva, ou seja, quando há dano geral da peça, pode sair até 30% mais cara do que a revisão preventiva. "E isso geralmente é possível ser identificado nas revisões a cada 15 mil quilômetros", diz.

Um exemplo citado por Marum são os coxins do motor, quatro ao todo. Em um veículo 1.0, saem por R$ 80 cada.

"Se o proprietário não gasta R$ 80 agora, pode desembolsar R$ 320 no futuro, pois são quatro ao todo, mas se um quebra e o motorista não percebe, ele vai comprometendo os outros três."

O mesmo exemplo vale para o amortecedor que, se precisar de troca e o dono do veículo apenas comprar pneus novos, serão desgastados rapidamente.

E o que era para custar R$ 700, sai por R$ 1.500 por conta da necessidade de novo jogo de pneus.

FAMÍLIA - O consultor Paulo Roberto Garbossa adverte que a manutenção preventiva se faz ainda mais importante quando o automóvel pertence a uma mulher ou para quem tem filhos.

"Os riscos de o automóvel parar sem o condutor saber o motivo e passar um apuro são ainda maiores quando não se conhece o funcionamento do carro ou se expõe outras pessoas."

Gasto anual com veículo chega à metade do valor de compra

O gasto médio anual para manter um veículo pode chegar a até metade de seu valor de compra. Quem possui um carro popular no valor de R$ 25 mil, por exemplo, já no momento em que o tirou da concessionária, há depreciação de R$ 3.750. E, nos dois primeiros anos, a tendência é que a desvalorização chegue até a 20% do preço pago, ou seja, R$ 5.000.

Segundo o consultor Paulo Roberto Garbossa, diretor da ADK Automotive, somente no primeiro ano, o proprietário do veículo gasta em torno de R$ 14 mil. Além da depreciação, soma-se: gasto com o seguro, em torno de R$ 2.400, "10% do preço do veículo", diz; custos com a primeira documentação que inclui placa e licenciamento, com a qual vão mais R$ 500; a primeira revisão dos 1.000 quilômetros, mais R$ 350; IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), R$ 1.500; estacionamento, R$ 1.200; combustível, R$ 3.600 e lavagem, se for feita uma por mês, R$ 180.

Por isso é essencial o planejamento antes da compra do veículo. As revisões seguintes, entre 7 e 10 mil quilômetros, e as posteriores, necessárias a cada 15 mil quilômetros, vão ficando mais caras, podendo chegar a até R$ 3.500. Quem financiou o carro em 48 meses, tem de estar ciente que somado aos gastos básicos de prestação, combustível e impostos, vão aparecendo, ano a ano, as manutenções recomendadas.




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