Uma boa manutenção preventiva pode economizar muito dinheiro. Serviços simples como troca de óleo, verificação no nível de água ou até o cuidado na hora de abastecer o tanque de combustível, evitam ao motorista um prejuízo que, em alguns casos, chega até a R$ 1,5 mil.
É o que explicam os sócios Fábio Fratin, o Fabão, e José Francisco dos Santos Júnior, o Juninho, donos da oficina mecânica Race Tech, em Santo André. “Uma atenção que o cara poderia ter dado pode virar uma dor de cabeça enorme depois de um tempo”, diz Juninho.
O supervisor técnico da Rede Midas – que também tem uma loja em Santo André –, Álvaro Ubirajara Pinheiro, conta que os problemas poderiam ser resolvidos com uma atenção maior do motorista. “Esse tipo de coisa acontece por falta de informação”, diz. “O que acontece bastante é que o cliente compra um carro zero quilômetro com três anos de garantia, por exemplo, e não se preocupa durante esse período. Só que enquanto isso já existe o desgaste”.
Os mecânicos explicam que cada marca tem uma particularidade técnica nos problemas. De acordo com Juninho, os carros da Fiat, por exemplo, têm a particularidade da tensão excessiva no esticador da correia dentada. Por isso, a atenção deve ser redobrada nesse componente. “O desgaste da correia tende a ser maior nos carros dessa marca”, explica o mecânico. No caso, é possível fazer uma substituição da correia e do esticador problemático, o que custaria em torno de R$ 230. Se o problema for deixado de lado, porém, o dano final pode fazer um rombo de R$ 700 no bolso do cliente.
E a lista continua: no caso da General Motors, a vulnerabilidade maior é na bomba de combustível, mais suscetível aos danos da gasolina adulterada – que pode afetar igualmente todos os carros, destaca Fabão. No caso da Ford, o problema está na suspensão. “Ao ouvir qualquer barulhinho, é bom ir para a oficina e ver se tem problema no batente superior”, avisa Juninho.
Os carros da Volkswagen têm um ponto a favor: as mesmas peças podem ser utilizadas em modelos diferentes, o que facilita na hora da compra desses componentes. “A gente diz que comprar peça da Volks é que nem ir à feira: tem de tudo”, diz o mecânico da Race Tech.
Mas isso não significa que os donos de carro da montadora de São Bernardo não estejam livres de preocupação. No Gol, o problema que mais aparece na Race Tech é óleo. Uma limpeza interna do motor, única solução da borra causada pelo uso incorreto do lubrificante varia de R$ 600 a R$ 1,5 mil, dependendo do modelo.
A questão do óleo, aliás, é um grande problema, de acordo com todos os mecânicos. “Um problema muito freqüente é que o motorista não lê no manual o tipo de produto específico para aquele carro: mineral, sintético ou base sintética. A montadora dá a orientação do tipo de óleo adequado, mas isso não é seguido”, conta Pinheiro. “Com óleo inadequado, é favorecida a formação de borra no motor e aí já é tarde demais. Tem de ser feito um desmonte e uma lavagem interna que pode sair por uns R$ 600 ou R$ 700”, diz o supervisor.
Lucro – Engana-se quem acha que os mecânicos torcem por um caso complicado como esse. “Para falar a verdade prefiro até fazer a manutenção preventiva. Porque a margem que a gente ganha com uma troca de filtro de óleo ou de um motor é a mesma. A diferença é que se é um trabalho pequeno faço em uma hora, num serviço complicado perco uma semana”, conta Juninho. Mas em primeiro lugar, diz ele, vem o bem estar do cliente, que tem de contar com um carro preparado.
Esse ponto também é ressaltado pelo supervisor da Midas. “É uma questão de responsabilidade nossa. O cliente depende da gente para manter o veículo na melhor situação possível. E se fizer uma manutenção preventiva, economicamente fica mais atraente”, resume Pinheiro.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.