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Governo de SP cria 'gatilho' para racionamento de água
08/02/2015 | 07:57
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Claudinei Plaza/DGABC


Em meio à pior crise hídrica dos últimos 84 anos em São Paulo, o governo decidiu criar um "gatilho" para acionar o racionamento de água no Estado. A pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, definirá até o fim da semana um nível mínimo de segurança do Sistema Cantareira.

Se na primeira semana de março ele estiver abaixo do estipulado, será então decretado o rodízio oficial, medida que Alckmin tenta evitar. Com o mote "transparência e previsibilidade", a ideia é divulgar publicamente o índice para que a população acompanhe o processo.

O Cantareira abastece de água 6,2 milhões de pessoas na região metropolitana. Apesar de o sistema ter registrado três altas consecutivas nos últimos dias, o governo trabalha com o pior cenário. Mesmo se o nível dos reservatórios subir e as chuvas superarem as expectativas, o rodízio, que já vem sendo aplicado de forma oficiosa em 40% da Grande São Paulo, não será totalmente descartado.

O cenário considerado ideal pelo governo paulista é conseguir administrar o fluxo de água sem que ele atinja o volume mínimo de segurança até outubro, quando recomeçará a estação de chuvas. O quadro hídrico vem sendo monitorado pessoalmente pelo governador e sua equipe diariamente e debatido em reuniões que acontecem a cada dois dias no Palácio dos Bandeirantes.

O governo ainda não bateu o martelo sobre a extensão do rodízio, mas a reportagem apurou que três cenários estão sendo discutidos. Um deles prevê o rodízio só no Cantareira, que abrange, principalmente, a zona norte e a região central da capital. O segundo cenário prevê rodízio no Cantareira e no Alto Tietê, que inclui a zona leste, e o terceiro em toda Grande São Paulo, onde 20 milhões de pessoas são atendidas pela Sabesp.

A abrangência do rodízio é que vai determinar a quantidade de dias em que a população ficará sem água. A própria Sabesp cogitou um esquema de 5 por 2 (cinco dias sem água e dois com). Segundo o Estado apurou, a opção mais provável estudada é 4 por 2. A medida deve ser decretada até abril, início do período de estiagem, mas pode ser implementada em março, se a seca neste mês no Cantareira, que é o maior sistema, repetir o cenário de janeiro. 




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