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Espuma em praias do Rio nao é poluiçao, afirma Feema
Do Diário do Grande ABC
28/12/1999 | 18:08
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A Federaçao Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema) do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira que a espuma branca observada nas praias da zona sul nos dias 25, 26 e 27 foi produto de um fenômeno natural, nao foi provocada por poluiçao ou vazamento de esgoto. A espuma desapareceu da orla durante a madrugada de terça-feira.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente contesta o laudo e diz que um emulsionante usado para dissolver óleo derramado na Baía de Guanabara na semana passada pode ter originado a espuma.

Os resultados apresentados pela Feema sao de amostras coletadas na segunda-feira em diferentes pontos da zona sul. De acordo com a Feema, no material retirado da área próxima ao emissário submarino de Ipanema nao havia presença de "organismos biológicos indicadores de contaminaçao por esgoto doméstico" - o que confirma a informaçao dada na segunda-feira pela Companhia Estadual de Agua e Esgoto, que dizia que nao havia vazamentos no emissário nem nas elevatórias do Estado.

Segundo a Feema, no costao do Vidigal, que fica entre as praias do Leblon e de Sao Conrado, foi encontrada grande quantidade de algas e crustáceos, característicos de costao rochoso, o que é normal. Ainda serao divulgados os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas do material recolhido segunda-feira. Nas praias onde havia espuma, o banho já foi liberado.

Poluiçao - Para a coordenadora do Programa de Despoluiçao da secretaria municipal, Carmem Lucariny, a espuma branca foi causada por poluiçao e nao por algas. "Aquela coloraçao esbranquiçada é típica de emulsionante que se usa quando há óleo na Baía de Guanabara", disse Carmem. "Quando o produto está nas águas calmas da baía ele nao aparece; quando entra no mar agitado, provoca espuma, tal qual aconteceu na zona sul", explicou.

Carmem lembra ainda que, na noite de segunda-feira, foi encontrado um grande cardume de sardinhas mortas perto do costao do Vidigal - caso semelhante ao das praias da Ilha, no fim de semana, de onde foram retiradas dez toneladas de peixe das praias. Na ocasiao, a Feema divulgou que um vazamento de óleo ocorrido na praia de Ramos, na zona norte, há quinze dias, nao tinha relaçao com a mortandade.

Oficinas de carro, de conserto de navios e ainda postos de gasolina despejaram óleo nos canais que chegam à Baía. O presidente em exercício do órgao, Paulo Pizao, afirmou que a densidade do derramamento nao seria suficiente para matar os animais. "Foi uma boa quantidade de óleo, com grande dispersao, mas nao muito espesso", disse ele, no último sábado.

Bloom - A Feema informou ainda que as algas encontradas costumam aparecer nas praias do Rio todos os anos, e em contato com nitrogênio, causam um fenômeno chamado "bloom" que causa coloraçao avermelhada na água. A Feema liberou o banho nas praias do Leme, Copacabana, Arpoador, Ipanema e Leblon. No entanto, em Sao Conrado, onde nesta terça-feira ainda havia espuma o banho nao é recomendado. Já o órgao municipal considera trechos de Copacabana e Ipanema e toda a praia do Leblon impróprias.




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