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Injeção de cautela
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
03/06/2010 | 07:00
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Camiseta verde-amarela, corneta e bandeira não são os únicos itens indispensáveis à bagagem de quem embarca em breve à África do Sul para conferir os jogos da Copa do Mundo de Futebol in loco. Sem o registro de imunização contra febre amarela carimbado no CIVP (Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia), o turista brasileiro não entra no país.

A lista elaborada pelo Ministério da Saúde com as precauções que o torcedor deve tomar para evitar contratempos na terra de Mandela também sugere que o viajante providencie receituário completo com a relação de medicamentos de uso contínuo e contrate um seguro de saúde internacional.

"Segundo informação oficial do governo da África do Sul, quem não possuir esse documento internacional de saúde pública será impedido de entrar no país", salienta a gerente de orientação ao viajante da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Karla Baeta.

Para emissão do CIVP é necessário estar com a vacina válida (a proteção dura dez anos) ou vacinar-se pelo menos dez dias antes da data da viagem. Lembre-se de observar se o cartão nacional de vacinação está completamente preenchido e sem rasuras.

Também cabe lembrar que após se imunizar contra a febre amarela, o viajante precisa levar seu passaporte e o cartão de vacinação assinado a um Centro de Orientação ao Viajante da Anvisa para obter o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia. "Muitas pessoas deixam para validar o cartão no aeroporto, um pouco antes do embarque, e aí podem ter surpresas desagradáveis. O centro da Anvisa pode estar fechado no momento ou o cartão ter falhas no preenchimento", adverte o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.

Há centros em quase todos os portos e aeroportos do País. Para atendimento mais rápido, cadastre-se primeiro no Sistema de Informações de Portos, Aeroportos e Fronteiras, disponível no site www.anvisa.gov.br/viajante.

A febre amarela é doença grave e tem altos índices de mortalidade. Os principais sintomas são febre alta, pele com cor amarelada e dores no corpo. E este não é o único mal que pode acometer o torcedor de primeira viagem.

Recentemente, a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) emitiu comunicado recomendando a todos os moradores das Américas e equipes de futebol que vão à África do Sul que tomem a vacina contra sarampo e rubéola antes da partida. Hage recomenda que o turista também esteja em dia com as doses contra caxumba, difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e poliomielite.

"É fundamental que as pessoas se protejam antes de viajar. Essas vacinas são oferecidas gratuitamente na rede pública de Saúde", afirma Helena Sato, diretora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

SARAMPO - Embora a Tríplice Viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) não seja obrigatória, a vacina é recomendada a turistas com idade até 50 anos por conta dos últimos casos de sarampo registrados em várias cidades da África do Sul, e deve ser tomada pelo menos 15 dias antes da viagem.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) também alerta para os riscos de contágio por Influenza A (H1N1), cólera, malária e febre do Rift Valley. "É essencial estar com o calendário nacional de vacinação em dia, incluindo todas as doses indicadas para cada faixa etária. Essa é a forma mais eficaz e segura de prevenção contra série de doenças e ainda pode impedir que moléstias já eliminadas no Brasil voltem a ocorrer, como o sarampo, por exemplo", reforça Karla.

OUTROS CUIDADOS - Para as doenças transmitidas por mosquitos, a dica é utilizar repelentes nas partes mais expostas do corpo e escolher hotéis que possuam proteção contra insetos - como ar-condicionado e telas de proteção nas portas e janelas.

Outras recomendações dizem respeito à alimentação e à higiene: os viajantes devem evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos e a ingestão de água não tratada ou de procedência desconhecida. As mãos, por sua vez, devem ser lavadas constantemente com água e sabão.

Confira essas e outras precauções no quadro ao lado e aproveite o que o continente africano tem de melhor a oferecer para o turista, com ou sem bola na rede.

Precauções

Evite consumir alimentos vendidos por ambulantes.

Para evitar desarranjos intestinais, opte por alimentos bem cozidos e assados e evite consumir carne crua ou mal passada.

Beba somente água mineral ou outras bebidas industrializadas sem gelo, já que não se conhece a procedência da água usada na produção do gelo.

Evite sentar-se ou deitar diretamente na grama.

O uso do repelente é essencial para afastar insetos e carrapatos, que podem transmitir doenças graves como dengue, malária, febre amarela e febre maculosa.

Se for fazer um safári, use roupas de mangas compridas (preferencialmente cores claras) e calças compridas dentro de botas. Examine seu corpo a cada três horas para verificar a presença de carrapatos. Caso os encontre, retire-os com uma pinça tomando o cuidado para não esmagá-los com as unhas, pois isso pode liberar as bactérias e contaminar partes do corpo.

Mantenha-se longe de aves vivas ou abatidas em granjas ou mercados públicos.

Não esqueça o filtro solar.

Fique atento ao surgimento de alguns sintomas como dor no corpo, dor de cabeça e principalmente febre. Caso sinta algum desses sinais, mantenha-se hidratado e procure uma unidade de saúde imediatamente.

Para maior comodidade, contrate seguro de saúde antes da viagem, pois imprevistos podem acontecer e atendimento médico particular vai custar caríssimo por conta da Copa.

Longos períodos sentado durante o deslocamento e o próprio desgaste da viagem podem diminuir a resistência do organismo. Por isso, leve também informações de tipo sanguíneo, doenças e alergias junto ao passaporte para facilitar o atendimento médico em caso de emergências.

Lembre-se de levar na bagagem de mão (nunca na mala), os medicamentos de uso contínuo ou controlado, como para hipertensão, diabetes e asma, além de um kit de primeiros socorros para ser usado durante toda a viagem.

A entrada de medicamentos de uso pessoal em outros países poderá sofrer fiscalização sanitária. Obtenha a prescrição médica da quantidade de medicamentos necessária para sua estada.




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