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PT admite maior rigor para filiações
11/02/2005 | 14:00
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O presidente nacional do PT, José Genoino, admitiu quinta-feira, data em que o partido completou 25 anos, que é preciso “mais cautela e prudência” no processo de filiação de personalidades e políticos eleitos por outras legendas. “Tiramos a lição do caso Flamarion (ex-governador de Roraima, Flamarion Portela)”, disse. Portela foi eleito pelo PSL, filiando-se, posteriormente, ao PT. Em 2004, sem partido, teve a candidatura cassada por abuso econômico de poder.

Outra lição que o PT aprendeu, disse Genoino, durante coletiva de uma hora sobre as duas décadas e meia de existência da sigla – na qual não faltou bolo (com uma estrela gigante de morangos) nem champanhe – é que a publicidade política, apesar de importante, não substitui o papel dos militantes. Nas eleições passadas, principalmente nas grandes cidades, as campanhas petistas caracterizaram-se por ações de publicidade e com pouca presença da militância nas ruas. “O PT aprende com a sua própria vida. Tudo no partido a gente aprendeu com muita dor. Às vezes, chorando derrotas.”’

Para Genoino, o partido vive hoje um bom momento. Desde 2003 – ano em que o principal fundador, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a Presidência da República –, o número de filiados dobrou, chegando à marca dos atuais 840 mil. “Respeitamos as dissidências, mas discordamos dos que deixaram o partido porque há espaço para lutar dentro do PT”, afirmou o presidente petista, sobre a recente saída de 113 militantes. “Não comemoramos a saída de ninguém. Mas eles (os dissidentes) não representam a força da militância”, destacou Genoino, acrescentando, porém, que “o PT não é dono da verdade”.

A relação com os movimentos sociais também não ficou de fora do balanço petista. “Somos parceiros no objetivo geral, mas, taticamente, temos diferença”, destacou Genoino sobre a atual relação da legenda com movimentos que deram origem à fundação da sigla. “Somos filhos dos movimentos sociais. Jamais vamos dar as costas para eles.”

Genoino e outros líderes petistas, como o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP), negaram que o aniversário de um ano do caso Waldomiro Diniz – no próximo domingo – tenha pesado na decisão da direção da sigla de deixar para março as principais atividades do 25º aniversário. “Acho que, nos últimos 25 anos, é a primeira vez que o Carnaval cai no início de fevereiro. Tem jornalista que não respeita a cultura popular, mas esse partido respeita”, disse Mercadante.

Debate sucessório – O presidente do PT, José Genoino, afirmou quinta-feira que seu partido não pretende antecipar o debate sucessório eleitoral de 2006 e que este tema não estará na agenda deste ano, focada prioritariamente nas comemorações de 25 anos de fundação da legenda. “Não vamos precipitar este debate sucessório porque é preciso avançar em algumas questões importantes, tais como a reforma política”, destacou ele durante entrevista coletiva que o PT organizou em comemoração aos 25 anos do partido.

Durante a coletiva, Genoino disse que o PT não é o dono da verdade e que neste período amadureceu ao ponto de reconhecer a necessidade de um amplo leque de alianças para governar.



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