"Se o mundo deseja alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio e erradicar de vez a pobreza, em primeiro lugar deve vencer o desafio de construir sociedades inclusivas e diversificadas em termos culturais", afirma o diretor do PNUD, Mark Malloch Brown, no prefácio do relatório deste ano.
O documento conta com colaborações do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, prêmio Nobel da Paz 2003, a iraniana Shirin Ebadi e o chefe de Estado afegão, Hamid Karzai, entre outros.
O texto aborda uma série de políticas públicas aplicadas por nações e comunidades multiculturais, desde a educação bilíngüe até sistemas inovadores de representação proporcional e federalismo.
"Mais que glorificar um apoio irrestrito às tradições herdadas ou advertir ao mundo sobre os supostos choques inevitáveis entre civilizações, a atenção deve se concentrar na importância da liberdade das esferas culturais", explica no informe Amartya Sen, economista indiano e prêmio Nobel.
O informe adverte que a exclusão de grupos religiosos ou étnicos e sua segregação do restante da sociedade têm como resposta o ativismo político. "Em tais circunstâncias", acrescentam, "a política da identidade pode polarizar comunidades e nações inteiras, espalhar ódio e ameaçar destruir a paz e o desenvolvimento", acrescenta.
"Dos povos indígenas na América Latina e minorias religiosas do Sudeste Asiático até as minorias étnicas dos Bálcãs, os xiitas, sunitas e os curdos no Iraque (...) muita gente se mobiliza hoje por motivos étnicos, religiosos, raciais e culturais."
As estatísticas mostram ainda que na América Latina os índios estão entre os mais pobres, apesar de serem maioria em países como Bolívia e Peru.
Os autores e a editora do relatório do Desenvolvimento Humano do PNUD, Sakiko Fukuda-Parr, lembram que todo indivíduo tem direito a manter sua identidade étnica, lingüística e religiosa e que a aplicação de políticas que reconheçam e protejam essas identidades é a única maneira sustentável de conseguir o desenvolvimento em várias sociedades.
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