Ele estava dormindo quando os menores invadiram seu quarto e o amarraram na cama. Um dos meninos chegou a colocar a arma na cabeça de Soares. Os invasores fugiram levando telefones celulares, jóias e UU$ 20 mil. Até o final da tarde, nenhum deles havia sido detido.

O crime ocorreu por volta das 5 horas. De acordo com detetives da 15ª Delegacia Policial (Gávea), os menores pularam o muro da casa e seguiram para o quarto do procurador. Após amarrá-lo, os invasores reviraram gavetas e armários. No depoimento à polícia, Soares disse que chegou a ouvir um barulho na casa, mas pensou que fossem meninos de rua ou até mesmo adolescentes.

Segundo ele, a residência sempre foi freqüentada por crianças, pois sua mulher dava aulas de música para meninos de rua até morrer, há cerca de um ano.

Soares conseguiu chamar a polícia com ajuda do filho, Henrique, de 18 anos, que dormia num aposento ao lado do quarto do pai e ouviu o procurador bater com a cabeça na parede e chamar por socorro. Os menores nao chegaram a ferir o procurador. Soares trabalha como advogado no escritório de Isaac Zveiter, primo do secretário estadual de Justiça, Sérgio Zveiter.

Assalto - Por volta das 8h30 de sexta-feira, dois homens armados e disfarçados de entregadores de flores invadiram Colégio Imperial na Praia de Botafogo (zona sul), onde estudam 680 alunos de classe média O valor roubado, referente ao pagamento de mensalidades atrasadas, nao foi divulgado. Segundo o diretor do colégio, Domingos Dias Carvalho, 350 alunos assistiam aula no momento do roubo.

Um patrulha da Polícia Militar responsável pela ronda escolar na regiao havia acabado de passar pelo local e nao viu nada. Ninguém foi ferido nem preso.

Os homens chegaram em um automóvel, cuja placa nao foi anotada, e disseram que tinham uma encomenda para uma secretária. Quando o porteiro da escola interfonou para a secretária, os assaltantes o renderam e se dirigiram diretamente à secretaria, onde havia apenas um funcionário. De acordo com Carvalho, a dupla nao chegou ao local normalmente ocupado pelos alunos. "Temos que dar graças a Deus por nada de ruim ter acontecido às crianças", disse o diretor. "Demos sorte, mas nao podemos contar só com isso; precisamos de proteçao da polícia".