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Decisao sobre testes nucleares afetará relaçoes, diz Rússia
Do Diário do Grande ABC
14/10/1999 | 15:50
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O governo russo disse nesta quinta-feira que, com sua rejeiçao ao tratado de proibiçao das provas nucleares subterrâneas, os Estados Unidos desestabilizaram as relaçoes internacionais. Por toda a Asia, a notícia dessa atitude americana provocou desânimo.

A chancelaria disse que o governo russo se sentiu ``decepcionado e seriamente preocupado' com o resultado da votaçao, acrescentando que a rejeiçao fazia parte da série de indícios de que os Estados Unidos tentam ``desestabilizar as bases das relaçoes internacionais'.

A votaçao contra o tratado no Senado americano representou ``um grave revés para todo o sistema de acordos no campo do desarmamento nuclear e da nao-proliferaçao nuclear', acrescentou a declaraçao da chancelaria russa.

``Os efeitos adversos sao incalculáveis e causam grande preocupaçao', disse, por sua vez, o chanceler japonês Yohei Kono, acrescentando: ``Confiamos na liderança dos Estados Unidos em questoes de desarmamento nuclear e na prevençao da proliferaçao nuclear'.

``É um golpe enorme para todos os nossos esforços para tornar o mundo um lugar mais seguro para viver', declarou o chanceler filipino Domingo Siazón.

A India, que assim como o vizinho e rival Paquistao também tem armas nucleares, disse que ainda tinha o propósito de assinar o tratado, mas que esperava que outros países ``agissem da mesma forma'.

Em uma votaçao que seguiu, em geral, as linhas partidárias, o Senado americano rejeitou na noite passada, por 51 votos a 48, o Tratado de Proibiçao Ampla de Provas Nucleares. Esse resultado tornou os Estados Unidos a primeira potência nuclear a rejeitar o tratado, que já foi assinado por 154 países mas ratificado por apenas 26 dos 44 países com capacidade nuclear que devem ratificá-lo para que entre em vigor.

A China disse que ``lamentava profundamente' a rejeiçao de Washington, mas suas autoridades também nao ratificaram o tratado.

Os opositores do tratado no Senado norte-americano argumentaram que o tratado nao era verificável e nao acabava com as ambiçoes nucleares de países como a Coréia do Norte e o Ira. Alegaram ainda que ele afetaria a segurança e a confiabilidade do arsenal nuclear americano.

O novo secretário-geral da Otan, Lord Robertson, disse que a votaçao da noite passada era alarmante e exortou o Senado a reconsiderar sua decisao. ``Temos que persuadir o Congresso americano de que o tratado beneficiará nao só o setor internacional como também os interesses dos Estados Unidos', disse Robertson.




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