O presidente mundial da Mercedes-Benz, Dieter Zetsche, vê bom potencial para o mercado de carros de luxo no Brasil e não descarta, no futuro, voltar a ter fábrica de automóveis no País.

A companhia deverá registrar crescimento de 25% nas vendas no segmento nacional em 2011, e alcançar 10 mil unidades comercializadas. No ano até julho, já foram 5.097 unidades vendidas.

O desempenho é expressivo. Entretanto, Zetsche, que participou de evento da montadora em Stuttgart, na Alemanha, assinalou que é preciso ter escala de 100 mil carros fabricados, para voltar a ter unidade produtiva. "Quando tiver escala, passa a ser atrativo voltar a ter produção local". Todo o mercado nacional nessa categoria premium gira hoje em cerca de 30 mil veículos comercializados por ano.

O auge de fabricação da montadora no País foi em 2008, com o Classe C, que era feito em Juiz de Fora (MG) e destinado à exportação. O Classe A, produzido no início da década de 2000 chegou no máximo a 17 mil unidades anuais. Em 2010, quando já fazia outro modelo em Minas, o CLC, a empresa interrompeu a fabricação de automóveis no Brasil.

Outro executivo, o vice-presidente mundial de vendas de automóveis da marca, Joachim Schimidt, também vê boas perspectivas no mercado brasileiro. "Estive no Brasil no início do ano e a atmosfera é positiva, principalmente com os futuros eventos esportivos (a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016)".

MINICOMPACTO - Nas contas da companhia para o mercado de carros de luxo, não está incluído o minicompacto Smart, que pertence ao grupo Daimler, dono dessa marca e da Mercedes. Esse modelo, que não é classificado na categoria premium, por suas características (por exemplo, ter espaço para apenas duas pessoas e preço a partir de R$ 49,9 mil), contabilizou vendas de cerca de 1.500 unidades nos primeiros sete meses do ano, volume semelhante ao de mesmo período de 2010.

O repórter viajou a convite da Mercedes-Benz do Brasil