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Mirem o exemplo de Atenas
Do Diário do Grande ABC
28/07/2004 | 17:32
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A mistura de uma história cinco vezes milenar à injeção de modernidade decorrente dos Jogos Olímpicos provocou uma verdadeira reviravolta nos ares da capital grega – por sinal, um dos mais poluídos da Europa – para ganhar cheirinho de coisa nova às vésperas do cobiçado evento esportivo. As obras vão desde a restauração de monumentos históricos até a revitalização do caótico sistema de transporte.

A primeira novidade já dá as caras assim que se desce do avião. Totalmente reformado em 2001, o antigo aeroporto internacional de Hellinikon, que mais parecia uma rodoviária de interior, transformou-se num moderno ponto de aterrissagem e ganhou até nome novo: Eleftherios Venizelos. Novas linhas de metrô e estradas levam diretamente ao aeroporto, acentuando a importância do turismo em Atenas.

As estações do Atikó Metró, o metrô de Atenas, por sua vez, foram revestidas em mármore. E ao aguardar o trem, o passageiro ainda tem o privilégio de observar os objetos arqueológicos encontrados durante as escavações dos túneis. Uma boa forma de tapear a impaciência.

O lendário Parthénon, edificação construída no século V a.C. em homenagem a Atena, a deusa da sabedoria, também teve sua restauração antecipada graças à Olimpíada e figura como o principal cartão-postal da capital grega. Para chegar lá, o turista deve subir uma colina que leva até a famosa Acrópole, espécie de santuário, localizado no ponto mais alto de Atenas. Considerada a mais bela cidade da Antiguidade, a Acrópole revela sua grandiosidade desde a entrada, no Propileu, porta monumental toda em mármore, que mistura os estilos dórico e jônico. De lá se avista o Odeon de Herodes, hoje recuperado e utilizado para concertos.

Além do Parthenon, o local abriga vários monumentos de indiscutível valor histórico, como o templo de Athenea Nike (deusa da vitória), o Museu da Acrópole e o Erechtheion, onde se destacam as cariátides – esculturas de seis sacerdotisas de Artemis, deusa da caça e do parto. Chama a atenção o fato de essas estátuas femininas sustentarem o teto do templo sobre suas cabeças. Uma representação artística que muito bem se encaixa ao estilo de vida das próprias mulheres gregas ultra-ortodoxas, que até hoje caminham vestidas de negro pela capital ou em meio às casinhas brancas das ilhas Cíclades. Como as esculturas, elas parecem carregar o “mundo nas costas” com resignação desde a época das guerras de conquista gregas, travadas milênios atrás. Impossível passar por elas e não lembrar da recomendação nos acordes de Chico Buarque: “Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas...”




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