Ante informaçoes da polícia colombiana, que o acusa de crime político, a Polícia Federal brasileira (PF) decidiu cancelar o visto provisório do sacerdote Oliverio Medina, cujo verdadeiro nome é Francisco Antonio Cadena Collaso. A PF alegou falsidade ideológica.
Segundo Marcio Rogeiro de Souza, defensor de Medina e presidente da Ordem de Advogados do Brasil em Foz do Iguaçu, a PF age como se houvesse um pedido de detençao da Colômbia, mas esse pedido nao existe.
Na chancelaria brasileira, fontes diplomáticas que preferiram o anonimato asseguraram que tampouco receberam pedido de busca e detençao ou carta rogatória de Bogotá para proceder à detençao do representante das FARC no Brasil.
Oliverio foi detido na sexta-feira quando ia entregar à Polícia Federal os documentos que faltavam para solicitar seu visto permanente no Brasil, onde reside desde o começo 1996.
A PF anulou o visto que expirava em novembro e decretou sua deportaçao sumária, que pode ocorrer a qualquer momento.
Ante a pressao dos defensores dos direitos humanos, o juiz Ronny Ferreira decidiu nesta segunda-feira conceder um prazo de 10 dias para a leitura dos autos, antes de uma decisao sobre o futuro de Medina.
Para a Procuradoria Federal do Direito do Cidadao, que deveria apresentar nesta manha um pedido de habeas-corpus no Tribunal Federal da 4ªRegiao em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), trata-se de uma ``extradiçao camuflada', já que as acusaçoes apresentadas contra Oliverio sao de caráter político, e nao penal.
A Comissao de Direitos Humanos da Câmara de Deputados se mobilizou para assegurar um julgamento justo para o sacerdote guerrilheiro.
``Nao se trata de julgar as açoes do grupo colombiano a que está ligado Oliverio Medina', diz uma nota do presidente da Comissao, Marcos Rolim, mas de ``preservar sua vida e integridade e garantir-lhe um processo justo e amplo'.
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