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Deportaçao de guerrilheiro das FARC é envolvida por polêmica
Do Diário do Grande ABC
25/09/2000 | 19:10
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A Ordem de Advogados do Brasil (OAB) e a Comissao de Direitos Humanos da Câmara de Deputados tentavam impedir nesta segunda-feira a deportaçao sumária do representante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Oliverio Medina, detido irregularmente na última sexta, em Foz do Iguaçu.

Ante informaçoes da polícia colombiana, que o acusa de crime político, a Polícia Federal brasileira (PF) decidiu cancelar o visto provisório do sacerdote Oliverio Medina, cujo verdadeiro nome é Francisco Antonio Cadena Collaso. A PF alegou falsidade ideológica.

Segundo Marcio Rogeiro de Souza, defensor de Medina e presidente da Ordem de Advogados do Brasil em Foz do Iguaçu, a PF age como se houvesse um pedido de detençao da Colômbia, mas esse pedido nao existe.

Na chancelaria brasileira, fontes diplomáticas que preferiram o anonimato asseguraram que tampouco receberam pedido de busca e detençao ou carta rogatória de Bogotá para proceder à detençao do representante das FARC no Brasil.

Oliverio foi detido na sexta-feira quando ia entregar à Polícia Federal os documentos que faltavam para solicitar seu visto permanente no Brasil, onde reside desde o começo 1996.

A PF anulou o visto que expirava em novembro e decretou sua deportaçao sumária, que pode ocorrer a qualquer momento.

Ante a pressao dos defensores dos direitos humanos, o juiz Ronny Ferreira decidiu nesta segunda-feira conceder um prazo de 10 dias para a leitura dos autos, antes de uma decisao sobre o futuro de Medina.

Para a Procuradoria Federal do Direito do Cidadao, que deveria apresentar nesta manha um pedido de habeas-corpus no Tribunal Federal da 4ªRegiao em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), trata-se de uma ``extradiçao camuflada', já que as acusaçoes apresentadas contra Oliverio sao de caráter político, e nao penal.

A Comissao de Direitos Humanos da Câmara de Deputados se mobilizou para assegurar um julgamento justo para o sacerdote guerrilheiro.

``Nao se trata de julgar as açoes do grupo colombiano a que está ligado Oliverio Medina', diz uma nota do presidente da Comissao, Marcos Rolim, mas de ``preservar sua vida e integridade e garantir-lhe um processo justo e amplo'.




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