Houve, isso sim, em boa parte dos casos, uma evolução e o conseqüente aprimoramento desses sistemas. Mas que eles existiam 50 anos atrás é fato e ninguém pode negar. Tanto assim que a avançada tecnologia teve grande influência para identificar as décadas de 30, 40 e 50 como o “período dos anos dourados” dos automóveis, época em que o grande porte e o exagero de peças cromadas determinava o sucesso de um modelo no mercado.
Como exemplo, o Packard (anos 30) já possuía lubrificação automática do chassi, operação realizada pelo sistema “bijour” (um tanque ligado a uma tubulação executava a lubrificação ao comando do motorista). O Schim-wagen (fusca anfíbio), dos tempos da Segunda Grande Guerra (anos 40), incorporou sistema semelhante, permitindo a lubrificação de diversos pontos logo após o veículo sair da água. O Packard da mesma década era equipado também com medidor do nível do óleo do motor, instrumento parecido com o medidor de combustível, porém acionado mecanicamente com leitura num “dial”. Permitia ao motorista checar o óleo do motor sem ter de abrir o capô e recorrer à vareta.
Também o Rover (anos 50), a exemplo do Packard, oferecia o medidor do nível do óleo do motor, mas acoplado ao medidor de combustível (montado no carter, fazia a leitura conjunta tanto do combustível como do óleo num único instrumento, por meio de um comutador).
O Ford Fairlane (anos 50), por sua vez, foi o modelo que chamou – e ainda chama – a atenção de todos pela capota elétrica de aço. Ao acionar o sistema, a tampa do porta-malas se abre no sentido oposto ao convencional, a capota de aço se articula e fica alojada no espaço reservado para a bagagem. A seguir, a tampa do porta-mala se fecha automaticamente, transformando o carro num conversível de linhas atraentes.
Outra prova do avanço tecnológico obtido na década de 50 ficou por conta do Citroën ID e DS, modelos que já ofereciam na época a chamada “suspensão inteligente”, que antes de mais nada privilegiava o conforto e a segurança dos ocupantes. Por meio de um processo hidropneumático (por pressão de óleo), o sistema garantia a compensação da inclinação do automóvel principalmente nas frenagens mais fortes.
Fica provado, portanto, que graças à utilização de diferentes processos de fabricação, muitas novidades de hoje também existiram no passado, numa época em que, ao contrário daquilo que muita gente ainda imagina, os nossos avós dirigiram automóveis com boa dose de prazer, conforto e segurança.
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