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Paixão de Cristo
Christiane Ferreira
Do Diário do Grande ABC
07/04/2011 | 07:00
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A energia da fé. Se fosse resumir em poucas palavras o significado por trás das monumentais muralhas de Nova Jerusalém, cidade teatro de mais de 100 mil metros quadrados, esse seria o sinônimo perfeito.

Situada no distrito de Fazenda Nova, a 180 quilômetros da capital pernambucana, Nova Jerusalém tem o maior teatro a céu aberto do mundo. E há 44 anos (completados neste ano), abriga um dos mais emocionantes espetáculos da Paixão de Cristo, que neste ano acontece do dia 15 ao dia 23.

E há novidades. A principal delas é o aprimoramento de roupas, iluminação e cenografia, esta última desenvolvida por Otávio Catanho e Diogo Balbino há mais de um ano. O objetivo é fazer com que cada cena torne-se o mais real possível.

No dia 15, na estreia, a apresentação será destinada aos idosos e pessoas com dificuldade de locomoção. Haverá limitação na venda de ingressos, fazendo com que haja bastante espaço livre para o público.

ELENCO

Como ocorre em todos os anos, o elenco é uma atração à parte. Além de atores regionais, há os mais conhecidos do grande público.

O ator Thiago Lacerda viverá Jesus pela terceira vez. Para ele, o acontecimento tem um significado especial, pois completa 33 anos - a idade de Jesus Cristo. "É simbólico. Por isso queria me despedir desse personagem em Nova Jerusalém. E pretendo encerrar com chave de ouro e virar uma página na minha vida", afirmou.

Thiago revelou ainda que o público deverá assistir a um Cristo diferente. "Estou mais maduro e isso se reflete na minha atuação. Apesar de não haver liberdade para o ator criar em cima do personagem, já que o espetáculo é dublado, quero imprimir um tom mais ativo. O público vai encontrar um Jesus com mais autoridade e personalidade."

A cantora e atriz Fafá de Belém dará vida a Maria, Mãe do Salvador; a atriz Vanessa Lóes será Madalena; Pôncio Pilatos será interpretado por Sidney Sampaio; e rei Herodes será vivido pelo veterano Carlos Reis, codiretor do espetáculo desde 1997, juntamente com Lúcio Lombardi.

Nos dois últimos anos a apresentação bateu dois recordes de público: em 2009, 72 mil pessoas assistiram à Paixão de Cristo e em 2010, foram 80 mil pessoas vindas de 22 Estados e 12 países.

A cada noite, durante os nove dias de apresentações, o espetáculo comove plateias de mais de 8.000 pessoas. Na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, o público acompanha cada passo de Jesus e seus seguidores. Em 2010, a encenação alcançou o marco de já ter sido assistida por mais de 3 milhões de pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo.

SERVICO

As apresentações acontecem dos dias 15 a 23, os preços variam de R$ 50 a R$ 80. A abertura dos portões ocorrem às 16h e o espetáculo começa às 18h. Informações: (0xx81) 3732.1129 ou www.novajerusalem.com.br.

 

Muralha imita a original de Jerusalém

Com área correspondente a um terço da muralha de Jerusalém dos tempos de Jesus, Nova Jerusalém foi construída em meio à paisagem árida do Agreste nordestino. O cenário que abriga a cidade-teatro é muito semelhante ao da Judéia.

Em pouco mais de duas horas, o realismo que brota nas cenas, na fisionomia e nos trajes dos personagens, faz com que todos os que assistem ao espetáculo deixem de ser meros espectadores. Sob o céu estrelado do Agreste, o público inevitavelmente se confunde com os figurantes.

HISTÓRIA

O espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, na verdade, teve sua origem nas encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas da Vila de Fazenda Nova, Pernambuco, no período de 1951 a 1962, graças à iniciativa do patriarca da família Mendonça, o comerciante e líder político local Epaminondas Mendonça, que decidiu criar espetáculo semelhante ao que já acontecia na cidade de Oberammergau, na Baviera alemã.

A ideia de construir um teatro que fosse como que uma réplica de Jerusalém para que nela ocorressem as encenações da Paixão foi de Plínio Pacheco, que chegou à Fazenda Nova em 1956. Mas o plano só veio a se concretizar em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo na cidade-teatro de Nova Jerusalém, cercada por uma muralha de pedras de quatro metros de altura e com 70 torres de sete metros cada uma. No seu interior, nove palcos-plateias reproduzem cenários naturais, arruados e palácios além do Templo de Jerusalém, constituindo obras monumentais, concebidas por vários arquitetos e cenógrafos nordestinos.




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