As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) anunciaram a suspensao do diálogo com o governo, acusando as autoridades de nao adotar açoes eficazes contra os grupos paramilitares que nas últimas semanas assassinaram mais de uma centena de civis. O governo tinha respondido de imediato ontem, negando a acusaçao e cancelando uma reuniao das partes prevista para esta quarta-feira, quando seriam estudados os aspectos de uma troca de prisioneiros. "Exigimos do governo que você preside açoes eficientes contra estes assassinos do povo indefeso``, declarou Raúl Reyes, membro do comando das FARC, dirigindo-se ao presidente Andrés Pastrana num comunicado de cinco pontos que foi lido para os jornalistas.

``Para permitir do governo nacional os resultados esperados, consideramos conveniente congelar os diálogos iniciados, deixando as propostas sobre a mesa até ver resultados satisfatórios contra o paramilitarismo``, disse o líder rebelde.

O comissionado de paz presidencial, Víctor Ricardo, respondeu dizendo que o governo já vinha realizando um combate frontal contra os paramilitares. Essa luta se realiza 'com total independência do processo de paz iniciado com os movimentos rebeldes``, declarou o representantes do governo.

A guerrilha, ao anunciar o congelamento, declarou, entretanto, que estava disposta a participar da reuniao desta quarta-feira, já pautada, bem como da terceira rodada de conversaçoes com o governo já prevista para os próximos dias 24 e 25 neste povoado, que fica a 300 quilômetros ao sul de Bogotá. Ricardo nao rejeitou a oferta e reiterou que o 'governo vai participar destes dois encontros``. Contudo, indicou que a reuniao de hoje com a liderança rebelde para tratar da troca de guerrilheiros por militares foi adiada. Na Colômbia operam pelo menos cinco mil paramilitares que têm em Carlos Castaño seu líder máximo, segundo dados das autoridades.