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Gene defeituoso torna homens mais suscetíveis ao mal de Parkinson
Da AFP
20/02/2006 | 19:38
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O cérebro dos homens é mais vulnerável ao mal de Parkinson devido à deficiência de um gene de diferenciação sexual, o que explicaria porque a doença ataca 1,5 mais vezes o sexo masculino que o feminino, informou um estudo publicado nesta segunda-feira.

"Os homens têm 1,5 mais chances de desenvolver o mal de Parkinson que as mulheres", disse o médico Eric Vilain, professor associado de genética humana na Faculdade de Medicina David Geffen da Universidade da Califórmia, em Los Angeles (UCLA), onde o estudo foi realizado.

"Nossos resultados podem oferecer novas pistas sobre como a deficiência afeta homens e mulheres de forma diferente e dá pistas sobre porque os homens são mais suscetíveis à doença", acrescentou Vilain.

O mal de Parkinson é uma doença neurológica incurável que afeta o sistema nervoso central e, de forma progressiva, vai produzindo anomalias motoras.

A pesquisa a cargo de Vilain descobriu que o gene ‘SRY’ - recém descoberto em 1990 -, que controla a diferenciação sexual masculina na fase do embrião, está na ‘substância negra’, como é denominada uma parte do cérebro afetada pelo mal de Parkinson.

As células da substância negra produzem dopamina, encarregadas de se comunicar com outras áreas do cérebro que controlam os movimentos e sua coordenação.

"É a primeira vez que descobrimos que as células cerebrais que produzem dopamina dependem de um gene específico ao sexo para que possam funcionar corretamente", acrescentou Vilain sobre este estudo que será publicado na edição de terça-feira da revista especializada Current Biology.

"Também demonstramos que o 'SRY' desempenha um papel central não só na formação do aparelho genital masculino, mas também no funcionamento do cérebro", acrescentou.

Os resultados do estudo são produto de uma investigação com ratos de laboratório que demonstrou que nos machos a produção de dopamina tinha uma queda de ‘SRY’ em sua substância negra, levando-os a desenvolver em alguns dias os sintomas do mal de Parkinson.

"Quando reduzimos os níveis de 'SRY' no cérebro dos ratos, os machos começaram a apresentar problemas de movimentação devido à insuficiência de dopamina", disse Vilain, afirmando que a princípio um rato era capaz de dar 14 passos em 10 segundos e depois da redução do ‘SRY’, podiam dar apenas 7 passos no mesmo tempo.

A mesma redução nas mulheres não registrou qualquer efeito.

Cerca de 15% das pessoas que sofrem de Parkinson são diagnosticadas aos 40 anos. As causas da doença continuam sendo desconhecidas, embora existam intervenções e medicamentos que podem ajudar a superar os sintomas.




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