Economia Titulo
Nova gestão da Neomater
atrasa salários em São Paulo
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
16/01/2011 | 07:05
Compartilhar notícia


Antes mesmo da maternidade Neomater reabrir as portas em São Bernardo, um fantasma já conhecido assusta ex-funcionários interessados em voltar ao hospital que será reaberto pelo Grupo Santa Marina. Funcionários que trabalham no Hospital Jabaquara, administrado pela empresa paulista, reclamam de atrasos salariais, não pagamento de benefícios e precariedade de equipamentos.

Os rumores são endossados por trabalhadores que deixaram o estabelecimento no ano passado sem receber o valor da rescisão. "Estão com salários atrasados há três meses. Nem sabão para higienização eles têm", dispara uma ex-funcionária da Neomater que prefere não ser identificada.

A expectativa é de que a reabertura da Neomater, programada para março, confirme a recontratação de grande parte dos colaboradores desempregados do hospital, o que explica a investigação minuciosa dos servidores, já calejados com esse tipo de situação.

Questionado sobre o problema o presidente do grupo paulista, Silvio Miglio, não nega a situação. "Desde que comprei o Santa Marina Jabaquara há polêmicas diárias lançadas sobre o local, mas a verdade é que ele possuía R$ 200 milhões em dívidas e R$ 100 milhões foram pagas."

O empresário completa que "ainda existem ações trabalhistas, mas já pagamos a maioria delas e hoje só 30% estão na Justiça. É claro que há problemas, porque existem penhoras, bloqueio nas contas, mas trabalhamos para regularizá-las sempre o mais rápido possível e a situação da Neomater será totalmente diferente."

Miglio avalia que a diferença, neste caso, acontece porque o Hospital Jabaquara, comprado pelo grupo, fez com que o Santa Marina fosse obrigado, por determinação da Justiça, a assumir as pendências deixadas pelos antigos donos. Já a Neomater foi arrendada - por R$ 150 mil mensais, valor que equivale a locação do prédio e equipamentos - durante processo de recuperação judicial, o que faz com que a rede não assuma o pagamentos dos credores.

"Vou depositar o valor em juízo e, se o faturamento for superior aos R$ 3,5 milhões mensais como está no contrato, pagarei também na Justiça os 2,5% a mais pelo lucro e será o juiz o responsável por dividir isso e quitar débitos", explica Miglio, deixando claro que a situação gerará interferências inesperadas no caixa, como ocorre no hospital da Capital.

O presidente do SindSaúde/ABC (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde), Waldir Tadeu David, diz que não recebeu reclamações sobre a nova direção. "Sabemos que existem bloqueios nas contas, mas nada que relembre o que aconteceu na Neomater", defende.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;