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Polícia investiga existência de minas terrestres em favela
12/07/2004 | 23:55
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A polícia do Rio investiga a existência de um campo minado na Favela da Coréia, em Senador Camará, na zona Oeste do Rio. Traficantes teriam enterrado minas terrestres num matagal para evitar invasões de quadrilhas rivais. Os explosivos seriam semelhantes aos que foram apreendidos num paiol descoberto na favela em abril.

O Exército foi chamado para atestar a presença das minas com equipamentos especiais de detecção. O oficial de comunicação do Comando Militar do Leste, coronel Fernando Lemos, informou que militares estiveram na favela há cerca de 15 dias, mas não puderam realizar o trabalho porque o mato no terreno estava alto. Lemos disse que o CML ainda aguarda definição sobre quem irá capinar a área para que as buscas sejam feitas.

Os explosivos seriam do tipo antipessoal, usados em guerras para barrar o avanço de seus oponentes, e têm poder para mutilar até três pessoas. O traficante Robson André da Silva, o Robinho Pinga, que domina o comércio de drogas na Coréia, seria o responsável pela colocação das minas.

O bandido e seus comparsas da Coréia e da Favela do Rebu estão em guerra com os rivais da Favela do Sapo desde o início do mês. Nove pessoas morreram nas últimas duas semanas e milhares de crianças ficaram sem aulas, por conta do fechamento de escolas.

Robinho Pinga também era dono do armamento encontrado no dia 20 de abril num depósito na Coréia: além de 8 minas, 30 mil cartuchos de munição para fuzil e pistola, 161 granadas, coletes e um fuzil. Fabricadas na Bélgica, as minas pertenciam ao lote 1-35, o mesmo que havia sido vendido ao Exército em 1975. Pouco depois o Exército concluiu que não houve qualquer desvio de seus estoques e divulgou que o mesmo lote teria sido vendido a outro comprador.

O especialista em armas Ronaldo Leão, professor do Núcleo de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense) e presidente do Instituto de Defesa Nacional, acredita que, além da Coréia, outras favelas possam ter campos minados, dada a facilidade que os bandidos têm de comprar os explosivos. “Só vamos saber quando inocentes forem pelos ares. Muita gente pode acabar se ferindo”, disse.




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