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Em campanha, Serra critica PT, no entanto elogia prefeito Luiz Marinho
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
27/07/2010 | 10:14
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O candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, criticou ontem o PT e, por consequência, elogiou o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). Ontem, em evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), num hotel de São Paulo, o tucano disse que o Partido dos Trabalhadores é contra o gerenciamento da Saúde pública por parte de OSs (Organizações Sociais), mas que o chefe do Executivo são-bernardense utiliza esse sistema na cidade que comanda.

Serra afirmou que, quando foi governador (janeiro de 2007 a março de 2010), enfrentou os problemas da área de Saúde com aumento da despesa direta, "aquela que não vem do SUS (Sistema Único de Saúde)".

Mas a "inovação" no setor ocorreu com a entrada das OSs na gestão. "Temos 27 instituições de Saúde que são privadas, mas não lucrativas (...) É um sistema mais flexível, que paga melhor (os médicos), mas cobra mais presença. É outro padrão. Hoje, no Brasil, está todo mundo querendo adotar."

O tucano ressaltou, no entanto, que o PT entrou com ação de inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal Federal). "E os prefeitos petistas fazem isso. Outro dia uma iminência petista (...) escreveu dizendo que as Organizações Sociais são a privatização da Saúde. E o PT faz. E a coisa mais ‘privatizante' que eu vi é do Luiz Marinho, na Prefeitura de São Bernardo, que promete entregar para OS até os postos de Saúde. Ou seja, se fala uma coisa e faz outra. A bravata e o governo", discorreu Serra.

Porém, o elogio, ainda que de forma implícita, não faz tanto sentido, pois no plano de governo do petista não há qualquer menção sobre colocar Organizações Sociais na gerência do sistema de Saúde.

A Prefeitura ressaltou que a Fundação do ABC é tratada como parceira e apenas é contratada para prestar serviços terceirizados. A administração da Saúde é de total responsabilidade do Executivo. Já a fundação se intitula Organização Social de Saúde, mas não faz referência sobre ser gestora.

O site da administração diz, por exemplo, que o HMU (Hospital Municipal Universitário) "é administrado por um novo modelo de gestão". Trata-se de parceria entre a Prefeitura, que tem responsabilidade sobre os recursos financeiros e a direção administrativa da unidade, e a Fundação do ABC, responsável pelo corpo clínico.

 ‘Com Dilma, MST fará mais invasões'

No evento, José Serra atacou diretamente Dilma Rousseff. O presidenciável afirmou que, com a petista no governo, o MST (Movimento dos Sem Terra) "vai poder fazer mais invasões, mais agitação". O tucano afirmou que o próprio presidente do movimento, João Pedro Stédile, deu essa declaração.

"Estão apoiados na estrutura do governo para acumular forças. É um partido muito organizado socialista revolucionário. Tem todo direito de entregarem suas ideias, mas o que sou contra é dar dinheiro para isso (por meio de repasses para) ONG, isso, aquilo, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)", discorreu.

O candidato resgatou a polêmica sobre a primeira proposta de governo de Dilma entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) junto com seu pedido de candidatura. Nela, a petista pretendia dar mais liberdade ao MST. Os casos de invasões teriam de ser negociados com os proprietários e a atuação da Justiça seria limitada. "Não pode subverter a ordem existente, democrática e de direito de propriedade. Imagine o processo que o PT quer: quebra a ordem jurídica e desmoraliza o Judiciário."

Outra crítica de Serra à adversária foi com relação à infraestrutura brasileira, a qual o tucano classificou como "muito, muito, muito insuficiente". "Falta planejamento."

Como exemplo, o presidenciável frisou que os aeroportos de Viracopos, em Campinas, e de Cumbica, em Guarulhos, poderiam ser melhorados por meio de concessão para a iniciativa privada, mas não foram autorizadas em 2007 pela então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "A fórmula é concessão. Dá para pegar aeroportos rentáveis e fazer concessão. Nós somos concessionários da União e o governo federal não deixa", reclamou Serra.




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