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Nacionalistas indianos criticam o papa
Da AFP
06/07/2003 | 18:54
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O movimento radical indiano mais importante do país acusou o papa João Paulo II de interferir nos assuntos internos da nação e criticou "o estímulo aos bispos para que ignorem as leis anticonversão religiosa da Índia".

O grupo Rashtriya Swayamsewak Sangh (RSS) afirmou que o papa pedira em maio passado, durante uma reunião de bispos da Índia no Vaticano, que estes evangelizassem o país e ignorassem as leis locais que proíbem a conversão religiosa. O grupo, próximo ao partido no poder, acrescentou que João Paulo II também criticara a liberdade religiosa do país da Ásia.

O RSS, que finalizou neste domingo dois dias de reuniões no Sul da Índia, definiu as declarações do Papa como "de interferência" nos assuntos internos da nação. "A posição de João Paulo II é um desafio direto à soberania indiana", afirmou o RSS.

O secretário-geral do Conselho Cristão da Índia, John Dayal, defendeu o papa, frisando que João Paulo II apenas expressou sua preocupação com a liberdade religiosa na Índia.

"Em maio, o Papa falara à delegação da igreja indiana, no Vaticano, que se preocupava com as leis que defendiam a proteção da liberdade religiosa no país mas, na realidade, as suprimiam", ressaltou Dayal. "Acho que o Papa, como líder espiritual da Igreja católica, pode expressar sua preocupação sobre qualquer lugar em que seus seguidores estejam sob coação", acrescentou.

Os cristãos representam apenas 2% da população da Índia. O RSS e outras organizações indianas acusam os missionários católicos de converter a população ao cristianismo. Do seu lado, a Igreja acusa o RSS e suas organizações associadas de assassinarem vários missionários enviados à Índia.




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