Os moradores de São Bernardo vão ganhar, a partir de amanhã, mais uma opção de feira livre noturna. O mercado a céu aberto será montado todas as quintas-feiras, das 19h às 23h, na Praça dos Meninos, no largo do Rudge Ramos. A atividade acontecerá pelo período experimental de três meses.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, a expectativa é que o fluxo de pessoas seja semelhante ao da feira livre noturna do Parque São Diogo, lançada em dezembro, entre 500 a 700 visitantes.

Haverá 23 barracas, sendo 14 de hortifrúti e peixes, e nove de alimentação e artesanato da economia solidária apoiada pela Prefeitura.

"As feiras noturnas são uma tendência, pois o mundo contemporâneo mudou. Antes, a mulher não participava do mercado de trabalho. Hoje, com sua inserção, as famílias ficaram sem opção de horários. No futuro, vamos substituir as feiras diurnas pelas noturnas", diz Conceição. "Para os feirantes também é uma oportunidade de recuperar mercado importante que perdem com fluxo menor durante o dia."

Serão investidos R$ 150 mil na iluminação pública da praça, na melhoria do calçamento da pista e na poda de árvores. "Toda feira noturna exige investimento básico no reforço da iluminação, afinal, quem vai comprar tomate e alface quer enxergar bem a cor e conferir as condições", afirma o secretário.

Haverá, ainda, reforço da Guarda Civil Municipal e estacionamento em frente à Paróquia São João Batista. Mais para frente, a Prefeitura pretende disponibilizar também o estacionamento do Mercado Municipal, que funciona somente de dia, para os usuários da feira.

Para a escolha do local, no dia 2 houve encontro no centro paroquial reunindo a comunidade. Em votação, 95% dos 50 presentes optaram pelo Rudge Ramos, conta Conceição.

DIA DO FEIRANTE - Amanhã também é comemorado o Dia do Feirante. No Grande ABC, existem, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do ABDMR, 3.200 profissionais. "O piso médio do funcionário do setor é de R$ 645", conta o presidente Odair Roberto Loureiro. Entretanto, ele ressalta que, como a maioria é autônoma, é difícil ter um controle.

O supervisor de abastecimentos da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André, Luiz Antonio de Brito, estima que, por dia, o assistente ganhe, no mínimo, R$ 40. Se ele trabalhar por seis dias na semana, ganhará R$ 240 que, ao fim do mês serão R$ 960. "Cerca de 90% dos feirantes pagam diária. Então, quanto mais dias forem trabalhados, maior a renda."

Brito conta que, em Santo André, embora a maioria dos feirantes não tenha CNPJ, o fato de obter a licença para trabalhar na cidade já oferece credibilidade a eles, como facilidade para comprar no atacado e a possibilidade de tomar empréstimos pelo Banco do Povo Paulista, que cobra juros de 0,7% ao mês.

NA REGIÃO - O morador do Grande ABC dispõe de oito feiras noturnas, sendo agora duas em São Bernardo, três em Santo André, uma em São Caetano e duas em Ribeirão Pires (veja arte ao lado).

Em Santo André seriam quatro mas, conforme explica o supervisor da Craisa, o mercado a céu aberto noturno mais antigo da cidade, no Jardim Santo André, foi suspenso por conta de a localidade ter ficado perigosa e pela realização de um baile funk no local. A mesma equipe que trabalhava lá será transferida para outro endereço, na Vila Curuçá. "Estamos apenas dependendo da Eletropaulo para instalar a rede de energia elétrica. Acredito que em um mês iniciaremos as atividades", conta.