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Vaticano defende Pio XII por suposta omissao na 2ª GM
Do Diário do Grande ABC
08/10/1999 | 16:20
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O Vaticano saiu nesta sexta-feira em defesa do papa Pio XII, acusado de nao ter feito o suficiente para proteger os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Após a recente publicaçao da biografia "O papa de Hitler", do escritor britânico John Cornwell, que levantou novas dúvidas sobre se o papa poderia ter salvado mais judeus do Holocausto, o Vaticano apresentou nesta sexta-feira sua própria versao de um pontífice que trabalhava sem descanso pela paz e que recebeu agradecimentos por suas gestoes em favor dos judeus.

O Vaticano apresentou o livro "Pio XII e a Segunda Guerra Mundial", uma compilaçao de documentos dos arquivos vaticanos realizada pelo padre Pierre Blet, um jesuíta.

"Enquanto esperava a paz que desejava mais que tudo, a paz que era o ponto focal de tudo que dizia e fazia, Pio XII nunca deixou de se esforçar para aliviar os sofrimentos causados pela guerra", escreveu Blet.

Esse religioso e o cardeal Pio Laghi, ex-enviado papal aos Estados Unidos, fizeram a apresentaçao formal do livro à imprensa na Santa Sé. Em rara iniciativa, o Vaticano ofereceu uma traduçao simultânea do italiano para o inglês da entrevista, com o objetivo de transmitir uma clara mensagem ao mundo de língua inglesa.

Tanto o livro de Cornwell como o da Igreja Católica surgem no momento em que a Santa Sé estuda a possibilidade de beatificar Pio XII, penúltimo passo para a santificaçao.

Desde a estréia, em 1963, da peça teatral "O Deputado", de Rolf Hochuch, que critica Pio XII por nao condenar aberta e inequivocamente a matança de judeus, é debatido o grau de conhecimento que Pio XII teria tido do Holocausto. Especificamente, se a cautelosa diplomacia do papa era, realmente, a única alternativa que permitiria a salvaçao de muitas vidas.

Cornwell, que é católico romano, fez uma ampla acusaçao ao papa, atiçando o debate com a afirmaçao de que Pio XII nutria "uma secreta antipatia pelos judeus", que explicaria seu silêncio ante a formulaçao da "soluçao final" do regime hitlerista.




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