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Baixo salário é maior problema do ensino pública
Do Diário do Grande ABC
05/10/1999 | 19:19
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Os baixos salários pagos aos professores sao considerados o maior problema da educaçao pública no Brasil. De acordo com pesquisa do Ibope, feita em todo o país, 68% dos entrevistados apontaram a remuneraçao como o aspecto mais grave do ensino. As informaçoes foram divulgadas nesta terça-feira, no lançamento da Campanha Nacional pelo Direito à Educaçao, evento coordenado pela Confederaçao Nacional dos Trabalhadores na Educaçao (CNTE) e pela organizaçao nao-governamental Açao Educativa, entre outras entidades civis. "Nosso objetivo é lutar pela qualidade do ensino público", disse uma das organizadoras, Ana Toni.

A pesquisa foi feita entre os dias 16 e 20 de setembro a pedido da Açao Educativa. Foram ouvidas duas mil pessoas. O Ibope perguntou aos entrevistados quais seriam os três principais problemas da educaçao no Brasil entre sete relacionados na pesquisa. Depois dos baixos salários, a populaçao considera a falta de material didático (42%) e a ausência de escolas perto das casas dos alunos (38%) os maiores problemas.

De acordo com a pesquisa, para que o Brasil tenha uma boa educaçao pública o governo deveria ajudar os alunos mais pobres e a suas famílias (78%), aumentar o salário dos professores (58%) e abrir vagas para atender a todos (45%).

Greve - Os professores estaduais e municipais do Rio encerram nesta quarta-feira greve de 48h por melhores salários - o piso na rede estadual, somados os abonos, é de R$ 415, enquanto na municipal é de R$ 350. Eles fizeram manifestaçao na Câmara dos Vereadores e no Palácio Guanabara, sede do governo do estado. De acordo com os organizadores do protesto, 70% das escolas nao funcionaram, deixando mais de 1 milhao de crianças sem aula.

A Secretaria municipal de Educaçao, no entanto, garantiu que a paralisaçao nao afetou nem 1% de suas 1.029 escolas. Já a Secretaria estadual nao soube informar quantas escolas pararam. Quanto às reivindicaçoes, a prefeitura manteve o compromisso de aumentar o piso para R$ 500, incorporando as gratificaçoes até o fim do governo. O governador Anthony Garotinho se comprometeu a discutir as reivindicaçoes em reuniao na próxima sexta-feira com os quinze coordenadores regionais de Educaçao.

Dois mil professores do Rio seguem nesta quarta-feira (06) para Brasília, onde participam da Marcha Nacional em Defesa e Promoçao da Educaçao Pública. Os manifestantes vao apresentar, no Congresso Nacional, a pesquisa Retrato da Escola, um estudo feito pelo CNTE entre pais, alunos, professores e demais funcionários de cinco mil escolas em todo o país. Os resultados preliminares dessa pesquisa, antecipados nesta terça-feira, sao similares aos do Ibope: 68% acham que o maior problema do ensino é o baixo salário.




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