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Mariana (MG) exala religiosidade
Cristie Buchdid
Do Diário do Grande ABC
27/03/2002 | 19:09
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Ao visitar as cidades históricas de Minas Gerais, a impressão que o turista tem é de que mergulhou em um livro de História. Em meio a ruas repletas de casarões e igrejas em estilo barroco, uma das cidades mais simpáticas do roteiro é a pequenina Mariana, de cerca de 46 mil habitantes, localizada a 111 km de Belo Horizonte, capital do Estado, e a 685 km de São Paulo.

Cidade mais antiga e primeira capital do Estado de Minas Gerais, Mariana também é sede do arcebispado e exala tradição, principalmente na Semana Santa, quando a cidade oferece vasta programação de eventos religiosos. Hoje, moradores e turistas serão convidados para a celebração da Bênção dos Óleos, uma consagração realizada em meio a uma missa na Catedral da Sé, localizada na Praça da Sé. Quem deseja ouvir cantos gregorianos em latim não deve perder essa missa, que terá o coral Madrigal, da própria cidade, como intérprete de músicas do século 18.

Ainda hoje, o turista confere o ritual de Lava Pés, na Praça Minas Gerais. No evento, a banda XV de Novembro, com 120 anos de tradição na cidade, tocará a marcha fúnebre para relembrar a crucificação de Jesus Cristo.

Os cantos gregorianos em latim com o coral Madrigal serão retomados amanhã na Catedral da Sé em homenagem à Sexta-feira Santa. Na Praça Minas Gerais será a vez da emocionante apresentação do Canto da Verônica, também em latim. Em seguida, tem início uma procissão rumo à catedral.

Como reza a tradição de todo católico, o Sábado de Aleluia é reservado à vigília, que será realizada na Catedral da Sé. Mas até para quem não é religioso o evento é válido por sua beleza. Com a igreja em luto, as luzes são apagadas e as imagens de santos, cobertas por tecidos roxos. Ao som de cantos, os fiéis devem fazer suas orações acompanhados por velas acesas.

Mas à meia-noite de sábado para domingo, o clima melancólico é substituído por um Carnaval ao ar livre que antecipa as comemorações da ressurreição. O famoso bloco do Zé Pereira da Chácara percorre as ruas da cidade com seus bonecos de até 4 m de altura feitos de taquara, cola e papel, bem ao estilo do Carnaval de Olinda. Ao som de ritmos carnavalescos, é feita a queima do traidor Judas.

Domingo de Páscoa é o dia em que os moradores acordam cedo para preparar um dos eventos mais belos da programação: a confecção de tapetes feitos com serragem tingida e decorados com figuras religiosas e artísticas nas ruas da cidade. As sacadas das residências também são enfeitadas com toalhas e flores à espera da procissão, às 17h, que passa por cima dos tapetes levando mensagens de paz e esperança.




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