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Viagem com gosto de infância
Da AJB
18/02/2004 | 20:55
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Em 1991, quando tinha apenas 21 anos, o então estudante Carlos André Ferreira – atualmente jornalista e autor do livro Avenida das Américas: Uma Viagem de Bicicleta pela América Latina, lançado em novembro pela editora Nau – decidiu largar a faculdade para fazer uma travessia pelo continente americano de bicicleta. Naquela época, Cadé, como é conhecido, não tinha a menor intimidade com as duas rodas: a escolha deu-se por um impulso adolescente. Pois o tal impulso deu o maior samba.

“Com a bicicleta, contemplei detalhadamente cidades, vilarejos e personagens; senti o cheiro das paisagens e cruzei trilhas intrigantes. Sem ela, seria impossível interagir a fundo com o meio ambiente”, conta Cadé em seu livro mais de dez anos após a travessia, que partiu de Los Angeles rumo ao Rio de Janeiro, cruzando 14 fronteiras, 15 países e 83 cidades.

Fosse hoje, ele talvez não tivesse de ir tão longe para matar a sede de aventura sobre duas rodas. A atividade ganhou roteiros, adeptos e até nome: cicloturismo, modalidade que já conta com agências especializadas. Inalterado, só o entusiasmo de degustar o mundo ao sabor das pedaladas.

Há circuitos nacionais variados, de distintos cenários e dificuldades, para diferentes gostos e bolsos. As pedaladas alcançam desde rotas praianas, como a do Descobrimento, que desbrava o litoral sul da Bahia em um passeio deslumbrante, até serranas, como a da Serra da Bocaina, que cruza vales e montanhas e termina na centenária cidade de Paraty, no Estado do Rio.

Lá fora as opções são ainda mais vastas, até porque Europa e Estados Unidos mostram-se veteranos neste riscado. Foi no continente europeu que o cicloturismo ganhou corpo para dissipar-se mundo afora na carona do ibope crescente do ecoturismo e dos esportes de aventura.

Prudência – Empresas que cuidam destes passeios formam pequenos grupos (até 12 pessoas) e temperam de prudência e conforto a viagem de bicicleta. A dieta é controlada por nutricionistas, que capricham nos carboidratos para dar sustança aos excursionistas. Além disso, o traslado é acompanhado por vans que levam as bagagens, bem como lanches para piqueniques no meio do caminho. Nada como uma mordomia para repor as energias. Há também guias turísticos e assistências médica e mecânica.

Os preços são diversos (de R$ 600 a R$ 2,1 mil). Variam de acordo com o destino, a duração da viagem, o número de participantes, o equipamento utilizado e a estrutura envolvida.

Antes de partir com tudo para conhecer o mundo do selim, o intrépido ciclista de ocasião deve cuidar do condicionamento. Para pedalar horas, dias a fio numa viagem de cicloturismo, não é preciso ser atleta profissional, mas cumpre ter a condição física em dia.

Segundo especialistas, convém estar preparado para encarar pelo menos 30 km de bicicleta por dia, incluindo subidas. Este é o nível classificado como o mais fácil. Afora isso, espírito aventureiro para enfrentar sol e chuva é essencial.




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