Parece que Luisa Pohl de Almeida, 13 anos, de Porto União, no Paraná, é ligada na tomada. A menina está sempre ocupada com várias atividades, além da rotina de toda adolescente da sua idade. Ela se divide entre a escola (passou para a 8ª série), aulas de dança, inglês, natação e costura. Luisa fez o próprio vestido para ir a uma formatura. "Um dos meus maiores sonhos é cursar faculdade de Moda."

Dentre todas as atividades, porém, a menina - que nasceu com má formação cardíaca e dos membros superiores - se dedica mais à pintura. A bolsista da associação faz quadros com o pé esquerdo há três anos. Uma vez por semana recebe professora em seu ateliê. "Depende do que vejo fico com vontade de pintar. Adoro fazer paisagens", conta Luisa, que cria ouvindo música. "Gosto que elogiem as minhas obras, mas sem exagero."

No dia a dia, Luisa troca de roupa e, quando não está com preguiça, também toma banho sozinha. Na escola, as amigas e a irmã, um ano mais nova, a ajudam a ir ao banheiro. A garota é bem vaidosa e vive com as unhas pintadas. Adora ficar no computador, é fã de Harry Potter e adoraria conhecer a Disney. "Eu me viro muito bem e me aceito do jeito que sou. Sou muito feliz."

A mãe Carla Pohl, 38, diz que trata as duas filhas da mesma maneira. "A Luisa até quer saltar de parapente. Ainda não as deixo andar sozinhas. É cuidado de mãe mesmo." Ela diz que fica tranquila com a reação das pessoas em relação à deficiência da Luisa e que a ensinou a entender como são e como pensam os outros. "Temos de cuidar do corpo, mas o que importa mesmo é a essência. Sempre falo para elas respeitarem, mas que também exijam respeito."