Perto do Natal todo mundo fica agitado e corre para fazer compras. É presente dalí, lembrancinha daqui. O pacote fica completo quando é finalizado com belo cartão. É aí que entra o trabalho de uma turma que se esforça o ano todo para preparar essas lembranças, além de quadros, calendários e outros artigos. São os artistas da Associação de Pintores com a Boca e os Pés, empresa que existe em 70 países e conta com mais de 700 integrantes, sendo 46 brasileiros.

"São pessoas que têm deficiência física, mas habilidade para pintar. Superaram vários obstáculos, sendo a sociedade o mais difícil de todos", diz Gonçalo Borges, 59 anos, membro da associação e artista com mais de 100 obras publicadas. Ele nasceu com paralisia nos braços e ainda pré-adolescente começou a pintar. "Acho que já nasci com o dom, só o desenvolvi."

Para fazer parte da associação, criada em 1956 pelo artista Erich Stegmann, é preciso ser aprovado por grupo de integrantes, inclusive de Liechtenstein (microestado entre Áustria e Suíça), onde fica a sede. Depois que isso acontece, a pessoa passa a ser funcionária da empresa e recebe salário mensal para desenvolver as obras e estudar. A renda da venda dos cartões e artigos é revertida para eles.

Mais do que ter as obras admiradas, os artistas esperam ser reconhecidos como profissionais. Se pudesse ganhar presente de Natal, Gonçalo pediria: "Em vez de nos ohar com dó, faça com carinho, atenção e respeito." Conheça a história dos três artistas brasileiros mais jovens da associação.

* Quer conhecer a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés e os trabalhos dos artistas? Acesse o site www.apbp.com.br