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Professor da região tem melhor salário
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
01/06/2011 | 07:01
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Os professores da rede pública estadual do Grande ABC têm rendimento mais alto do que a média da região Sudeste. Nesses critérios, na região paga-se R$ 1.400, contra ganhos mínimos de R$ 1.146 no Sudeste, para as mesmas 30 horas aula semanais e envolvendo profissionais dos ensinos Fundamental e Médio.

Os valores do piso acrescido de bônus no Sudeste foram revelados em pesquisa inédita do Conselho Nacional de Secretários de Administração (veja arte ao lado), enquanto que os regionais, foram fornecidos pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Para piorar o cenário, um professor no Sudeste ganha menos ainda do que um agente de polícia, que com 40 horas semanais tem salário base de R$ 1.633 no Sudeste, atividade que exige apenas o nível médio completo. Para lecionar, é preciso Ensino Superior ou curso de magistério de nível médio. O estudo considera todas as vantagens, como tempo de serviço.

O presidente do Consad e secretário estadual de planejamento do Rio de Janeiro, Sérgio Ruy Barbosa, afirma que o abismo salarial na Educação entre os Estados ocorre por conta do caixa disponível para a área. "A Constituição determina que 25% do Orçamento de cada Estado seja gasto com Educação. Portanto, quem tiver mais recursos, pagará melhor", aponta. Quanto à qualidade do ensino, o porta-voz diz que é preciso qualificar mais os gestores das escolas. "Mas não vamos esperar que os diretores de escola apareçam. É preciso capacitá-los", diz Barbosa, ao acrescentar que defende incentivos aos professores, prática condenada por sindicatos da categoria.

A presidente da Associação das Escolas Particulares do ABC, Oswana Fameli, engrossou as críticas à área. "É necessário investir nos cursos de Educação para que tenhamos pessoas com opções de serem educadores, caso contrário ninguém vai querer trabalhar na área", diz ela, ao listar que, em outros países, professores trabalham quatro horas, com as outras duas horas sendo dedicadas à formação extra. "E lá os salários são justos e compatíveis com os de delegados e policiais. Chegou a hora de ter respeito com o tema."

No Estado de São Paulo, paga-se média salarial, sem somar os bônus, de R$ 786 por 30 horas semanais aos alunos de 1° ao 5° ano. Como base de comparação, em Santo André, um professor do Ensino Municipal com a mesma carga horária, ganha R$ 1.573. A Prefeitura informou que a classe ganha por biênio automaticamente 4,5% sobre as correções do salário base anuais. Já em São Caetano, o valor pago a professor é de R$ R$ 912.

As demais prefeituras não responderam à reportagem do Diário.

 

Enfermeiro do sudeste tem piso mais baixo do País, diz estudo

A pesquisa do Conselho Nacional de Secretários de Administração ainda aponta outras diferenças grandes de ganhos salariais entre os mesmos profissionais em diferentes regiões do País. O estudo aponta que, no Sudeste, paga-se o menor salário para enfermeiros - R$ 542 -, para 30 horas semanais, em comparação com as demais regiões. No Centro-Oeste, o vencimento mínimo à categoria é de R$ 2.500, cerca de 360% a mais do que no Sudeste.

Os maiores salários verificados na pesquisa são para delegados. Esse perfil recebe no a partir de 4.909 - no Sudeste. O teto mínimo melhor da categoria está no Centro-Oeste: R$ 8.041, chegando ao máximo de R$ 31.866. A renda média da atividade nos Estados é de R$ 9.701,60.

Entre os médicos, o ganho médio estadual é de R$ 5.125. O piso para 20 horas de trabalho semanal é de R$ 548 no Sudeste, mas é no Nordeste, onde a escassez desse profissional é maior, onde se paga o maior piso: R$ 668.




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