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'O mundo gira em torno das mulheres', diz Britto Jr.
Angélica Kenes Nicoletti
Diário do Grande ABC
14/12/2008 | 07:11
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Jornalista desde 1979, Britto Jr. trabalhou em jornal, rádio e TV, passando pelo SBT, Globo, onde atuou como repórter especial no SPTV e no Domingão do Faustão. Desde 2005 apresenta o programa matinal Hoje em Dia, na Record. É casado com a publicitária Fernanda Fernandes, com quem tem um filho, Arthur, de 2 anos e meio.

DIÁRIO - Se por um lado há a valorização da mulher que conquista espaço no mercado de trabalho, por outro assistimos ao surgimento das ‘frutas'. A que se deve isso?
BRITTO JR. - Tem gente para todos os gostos ou gostos para todas as pessoas. Existe uma parcela da população machista que prefere essa coisa mais escrachada, quase pornográfica. Daí essas mulheres moranguinho, trepadeira. Isso é business. Não vejo nada para ser criticado, só não considero erótico. É apenas divertido.

DIÁRIO - Em outro extremo está a Amélia. Ela é um papel do passado?
BRITTO JR. - Elas não fazem parte do presente das novas gerações, só das antigas. No passado, as mulheres ficavam dentro de casa, com pouco acesso à informação. Era do homem a primeira e a última palavra. Hoje, a mulher saiu, descobriu o mundo e também traz informações de casa.

DIÁRIO - Os homens estão adaptados a essa nova mulher?
BRITTO JR. - Quando não tenta se rivalizar, o homem respeita e aplaude. O homem tem de se cuidar para não ficar defasado. O mundo hoje gira em torno do ponto de vista da mulher. Por exemplo, a indústria automobilística projeta carros pensando nas exigências femininas. Também temos de lembrar que casamento é uma parceria. Junta-se o que um tem com o que outro tem.

DIÁRIO - A guerra dos sexos ficou no passado?
BRITTO JR. - O mundo é unissex. Para mim é página virada essa história de ficar constrangido quando a mulher paga a conta ou quando é a chefe dele. Um homem moderno sabe lidar com isso.

DIÁRIO - Mas é sem traumas que os homens passam a dividir tarefas domésticas com as mulheres?
BRITTO JR. - Concordo com a divisão de tarefas, mas admito que não consigo. Tenho 45 anos e faço uma analogia com o surgimento de novas tecnologias. Por exemplo, eu comecei a datilografar em uma máquina de escrever, não existia computador. A a mesma coisa é a adaptação do homem da meia-idade, porque não adquirimos habilidade para os afazeres do lar.

DIÁRIO - Já os mais jovens...
BRITTO JR. - É verdade. Um dia ele faz; no outro, ela faz. Isso talvez seja a última fase da transição. Dentro de 20 anos esse tipo de discussão não haverá mais, assim como se discute mais sobre mulheres dirigindo táxis, operando vagões do metrô etc.

DIÁRIO - Dentro desse processo da diluição do machismo, o cavalheirismo também será transformado?
BRITTO JR. - Cavalheirismo, boa educação e gentileza fazem parte da mesma prateleira. Mas acho que colocar o casaco na poça d'água para ela passar tem uma carga de glamourização. Parece filme antigo.

DIÁRIO - Elas reclamam da falta de gentilezas...
BRITTO JR. - Tem o fator da inibição. Também acho que a mulher fica desconfiada de tanta frescura. Ficamos um pouco inseguros em relação a ser gentil.

DIÁRIO - Quais são os assuntos do clube do bolinha?
BRITTO JR. - Falamos de mulher. Claro, assim como imagino que entre si as mulheres falem de nós. Mas, para ser sincero, o homem tem uma visão mais carnal. Quando entra no assunto mulher, a gente comenta se é gostosa, se não é gostosa. Isso é saudável. Faz parte da natureza do ser humano.




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