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'Pernambuco' recua e assume que matou estudante em Embu-Guaçu
Do Diário OnLine
Com Agências
13/11/2003 | 22:31
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O desempregado Paulo César da Silva Marques, 32 anos, conhecido como 'Pernambuco', recuou e assumiu que assassinou o estudante Felipe Silva Caffé, 19, e estuprou a namorada dele, Liana Friedenbach, 16 - ambos mortos em Embu-Guaçu (região metropolitana de São Paulo). Pernambuco foi preso na madrugada desta quinta-feira, na rodoviária de Petrolina (PE), a caminho do sertão do Estado. Ele foi transferido para São Paulo na noite desta quinta-feira, após prestar depoimento em Recife. A prisão de Pernambuco e a confissão dele contribuem sobremaneira para o esclarecimento do caso.

O acusado inicialmente negava participação no crime. Num depoimento informal aos policiais, ele chegou a afirmar que também era mantido refém pelo grupo que matou o casal de namorados. Pernambuco ainda acusou o menor R.A.A.C. ('Champinha'), 16, de disparar o tiro que matou Caffé. Mas a confissão do acusado foi confirmada pelo chefe da Polícia Civil pernambucana, o delegado Aníbal Moura, e pelo diretor da Polícia Judiciária daquele Estado, delegado Romero Leal.

Champinha e Aguinaldo Pires, também acusados de participação direta no crime, apontaram Pernambuco como autor do disparo de espingarda que matou Caffé – ele foi executado pelas costas, com um tiro na nuca, em 2 de novembro (domingo). Marques ainda seria cúmplice de R. na morte de Liana – assassinada a facadas, no dia 5.

Pernambuco negou que tenha participado da morte da garota e disse que voltou para casa na manhã de terça-feira (dia 4). Ele disse aos policiais que Liana 'pertencia' a Champinha, conforme o menor teria exigido aos comparsas. O acusado contou que R. decidiu matar Caffé só porque queria ficar com a jovem. Essa versão contesta a explicação de Champinha, que alegou que Caffé foi morto porque a família dele não teria dinheiro para um resgate.

Mas Pernambuco apresentou a mesma versão de Champinha para a motivação do seqüestro dos estudantes. Ele também afirmou que a intenção era assaltá-los. Como tinham pouco dinheiro, os dois viraram reféns dos bandidos.

Operação conjunta - Uma rápida comunicação entre as polícias de São Paulo e Pernambuco permitiu que o acusado fosse preso em questão de horas. A operação que resultou na captura começou às 21h de quarta-feira e terminou às 4h desta quinta-feira, após revistas em cerca de 40 ônibus.

Depois de receber a informação de que Pernambuco tinha saído de São Paulo para voltar ao Estado natal, a polícia paulista acionou os colegas pernambucanos e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no começo da noite de quarta-feira. Munidos com fotos do acusado, os agentes de Pernambuco rapidamente simularam blitze sanitárias para revistar todos os ônibus que cruzassem a ponte do Rio São Francisco, entre Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). O disfarce foi adotado para surpreender o acusado. Havia o temor de ele estar armado e oferecer resistência à prisão – o que efetivamente não aconteceu.

Pernambuco estava num ônibus da viação Gontijo. Ele seguiria para São José do Egito (onde ele nasceu e ainda tem parentes), no sertão do Estado, na divisa entre Pernambuco e Paraíba. A prisão ocorreu na rodoviária de Petrolina (PE), por volta das 4h.

Ele é o último dos cinco acusados pelo crime que continuava foragido. Além de R. e o caseiro Aguinaldo Pires, a Polícia Civil de São Paulo também prendeu Antônio Caetano Silva, 50, e Antônio Matias de Barros, 48 - ambos são caseiros que vivem na região de Embu-Guaçu. Eles teriam envolvimento indireto com o crime. Barros escondeu em casa a espingarda calibre 28 usada na morte de Caffé. Silva teria providenciado a comida para os estudantes enquanto eles foram mantidos em cativeiro.

A polícia de São Paulo pretende fazer acareações entre os acusados e uma reconstituição do crime.




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