Várias fontes informaram esta terça-feira que Straw vai esperar provavelmente a data-limite, quinta-feira 15 de abril, para anunciar seu veredito.

No mês de dezembro do ano passado, Straw autorizou em princípio o processo de extradiçao. Mas desde o final de março último, suas equipes continuam examinando a ata de acusaçao, agora muito reduzida pelo veredicto no mês passado dos magistrados da Câmara dos Lordes. Nesse veredicto, os lordes limitaram as acusaçoes ao período 1988-1990, quando o Reino Unido adotou a convençao internacional contra a tortura e ainda reduziram as acusaçoes somente aos casos de tortura.

Jack Straw tem três possibilidades: pode considerar as acusaçoes insuficientes contra o ex-ditador, que entao teria muitas chances de deixar a residência vigiada onde está retido em Londres. Pode voltar a dar sua autorizaçao à justiça para proceder a bista oral do processo de extradiçao, ou completar o anterior.

O ministro está submetido a fortes pressoes. Os defensores do general lutam em duas frentes: o governo chileno assegura que tem a possibilidade de julgá-lo no Chile e os advogados do senador vitalício pediram a libertaçao do velho ex-ditador, alegando "razoes humanitárias".

Enquanto isso, o juiz espanhol Baltasar Garzón está ampliando as acusaçoes, acrescentando em princípio 32 novos casos de torturas, além de outros 11, segundo a imprensa espanhola. A organizaçao norte-americana pro-direitos humanos Human Roghts Watch apresentou ao ministro britânico 111 casos de torturas.

Por sua parte, os advogados espanhóis e da polícia britânica se preparam para contra-atacar se, contra o previsto, o ministro opta pela clemência. "Consideramos a possibilidade de pedir a celebraçao de um julgamento no Reino Unido", informou esta terça-feira um porta-voz do Ministério público.