Economia Titulo Emprego
Informalidade reduz taxa de desemprego na região

Total de 8,6% de pessoas sem ocupação
é o menor desde 1998

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
22/12/2011 | 07:30
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Graças ao emprego informal, que não oferece registro em carteira e, muitas vezes, é apenas temporário, o desemprego no Grande ABC diminuiu em novembro. A taxa que mensura o total de pessoas sem ocupação chegou a 8,6%, o menor da série história, iniciada em 1998.

No entanto, ainda existem 122 mil desempregados, 1.000 a mais do que em outubro (o que representa estabilidade) e 14 mil a menos do que no mesmo mês do ano passado. Isso é o que aponta a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Seade/Dieese.

O resultado é fruto do aumento da população economicamente ativa, ou seja, das pessoas que estão trabalhando ou à procura de ocupação, que ganhou 24 mil integrantes em novembro. O período, de fim de ano e a economia aquecida por conta do pagamento do 13º salário, quando há bastante dinheiro circulando entre as pessoas, fizeram com que mais gente fosse procurar por uma ocupação.

"O incremento pode ser justificado pela saída de jovens em busca do mercado de trabalho temporário ou pela procura por vagas no comércio", explica o gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian.

A ocupação, aliás, foi reforçada com 23 mil trabalhadores, sendo 14 mil deles em empregos domésticos, negócios familiares e como profissionais liberais, entre outros, e 4.000 autônomos, ou seja, sem carteira assinada. Com registro em CLT, foram apenas 1.000.

Isso ajuda a explicar o resultado do Caged, divulgado na edição de ontem, que mostrava saldo negativo de 287 postos de trabalho na região. A ferramenta do Ministério do Trabalho considera em seu levantamento apenas empregados formais.

Já a PED é feita em 600 domicílios do Grande ABC. A metodologia permite, portanto, que alguns dos entrevistados afirmem que estão empregados, porém em companhias localizadas fora da região, como São Paulo, Guarulhos, Mogi das Cruzes e Suzano. "Cerca de 20% dos moradores do Grande ABC trabalham fora", pontua Loloian.

Do 1,3 milhão de pessoas ocupadas atualmente na região, estima-se que 800 mil tenham registro em carteira e 500 mil sejam informais.

A indústria respondeu por 15 mil dos 23 mil ocupados em novembro. Porém, o setor inclui também toda a atividade de artesanato, que neste período do ano é reforçada. Por exemplo, muitas pessoas passam a fabricar, na garagem de casa mesmo, brinquedos para vender informalmente. A pesquisa mostra que 12 mil estão alocados no setor metalmecânico, o que permite a interpretação de que sejam pessoas contratadas temporariamente, apenas para reforçar alguma demanda de última hora.




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