Após cinco anos de processo, o marroquino Munir el Motassadeq foi condenado nesta quinta-feira na Alemanha por cumplicidade nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Mas o processo será reenviado à Corte de apelação que poderá decidir por uma pena de até 15 anos de reclusão, segundo a promotoria.

A Corte Federal de Justiça da Alemanha o considerou culpado por cumplicidade no assassinato de 246 passageiros e tripulantes de quatro aviões seqüestrados como parte dos atentados de 2001.

Com isto, na sentença anunciada em Karlsruhe (sudoeste), a Corte Federal deu ganho de causa ao Ministério Público que exigia punição mais severa contra Motassadeq, condenado em agosto de 2005 a sete anos de prisão por pertencer a uma organização terrorista.

"Fornecendo apoio logístico (aos suicidas), facilitou os atentados", declarou o presidente da Corte federal em Karlsruhe, Klaus Tolksdorf.

Embora Motassadeq soubesse que os aviões iriam ser seqüestrados, não se pode provar que soubesse que o objetivo era lançá-los contra edifícios simbólicos como o World Trade Center ou o Pentágono, provocando mais de 3.000 mortos, precisou.

A Corte Federal determinou que el-Motassadeq compareça a um tribunal de apelação na cidade-Estado de Hamburgo, que deverá "estabelecer uma sanção apropriada", segundo Klaus Tolksdof.

A decisão representa um duro castigo para este homem que conheceu membros do grupo que cometeu os atentados de 11 de setembro de 2001, entre eles Mohammed Atta, quando estudavam, juntos, em Hamburgo.

A Corte federal de justiça confirmou também a culpabilidade de Motasadeq por pertencer a uma organização terrorista.

O marroquino vive desde 1995 em Hamburgo, onde também moravam alguns dos suicidas do 11 de setembro.

Em março de 2004 a Corte federal havia anulado um veredicto anterior ordenando um novo julgamento. Um mês depois, Motassadeq foi posto em liberdade, sendo de novo condenado em agosto de 2005 até uma nova libertação em fevereiro.