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Exclusão social aumenta no Brasil entre 1980 e 2000
Do Diário OnLine
20/05/2003 | 23:32
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A exclusão social aumentou no Brasil entre 1980 e 2000, depois de verificar um recuo entre 1960 e 1980. A conclusão é do 'Atlas da Exclusão Social no Brasil - Volume 2', apresentado nesta terça-feira, em São Paulo. O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sob a coordenação do secretário do Trabalho de São Paulo, Márcio Pochmann.

O 'Atlas' aponta que, em 1960, a percentagem de excluídos no país era de 49,3% da população (num universo de 69,7 milhões de habitantes). Vinte anos mais tarde, a parcela de excluídos caiu para 42,6% (com 120 milhões de habitantes). Em 2000, a estatística pulou para 47,3% numa população de 170 milhões de pessoas.

A "velha exclusão", provocada pela falta de escolaridade e pelo analfabetismo, foi agravada entre 1980 e 2000 por novos fatores: o desemprego e a violência, bases da "nova exclusão".

O perfil dos atingidos pela exclusão também mudou, de acordo com o estudo. Entre 1960 e 1980, o problema estava associado a famílias de imigrantes da zona rural, numerosas, cujos membros apresentavam baixa escolaridade e baixa renda. Os negros e as mulheres compunham a maior parte do grupo naquela época. Entre 80 e 2000, entretanto, a exclusão tomou o perfil do homem branco, desempregado, nascido nas grandes cidades, proveniente de famílias pequenas e escolarizadas. A mudança indica que parcelas da classe média foram absorvidas pela exclusão nos últimos 20 anos.

Na avaliação de Pochmann, a nova exclusão impõe obstáculos mais difíceis para a sociedade. Antes, no perfil predominante entre 1960 e 1980, o foco de combate estava na erradicação do analfabetismo e no contorno da pobreza. Hoje, a exclusão passa também pelo combate à violência e pela geração de empregos. "É fundamental que o país volte a crescer", analisou o secretário, fazendo referência à necessidade da expansão do mercado de trabalho.

O 'Atlas da Exclusão Social no Brasil - Volume 2' levou em consideração a análise de sete indicadores, coletados no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no Sistema Único de Saúde (SUS): analfabetismo, escolaridade, juventude, emprego, desigualdade, pobreza e taxa de homicídios.

A obra será lançada na próxima quinta-feira (dia 22), na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.




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